Uma adolescente de 13 anos, moradora de Campo Grande, enfrentou uma espera de quase 11 horas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), até receber um diagnóstico de quatro fraturas na pélvis. A mãe da jovem relatou os momentos de angústia e indignação diante da demora e da falta de estrutura do sistema público de saúde.
Segundo a matriarca, a situação começou por volta das 11h40 da manhã, quando a adolescente sofreu uma queda de bicicleta. A mãe a levou para a UPA do Leblon, onde a filha foi classificada como prioridade média. O atendimento começou apenas às 13h30, e a equipe de saúde informou que o aparelho de raio-x da unidade estava quebrado.
A médica plantonista orientou a mãe a procurar a Santa Casa, mas alertou que a vaga via regulação poderia levar até dois dias. “É inadmissível que uma cidade com quase 1 milhão de habitantes tenha uma única UPA com apenas um raio-x funcionando”, desabafou a mãe ao portal “Top Mídia”.
Diante da urgência, a mãe decidiu levar a filha para o CRS Tiradentes, onde, apesar da eficiente recepção, a funcionária responsável pelo raio-x demonstrou falta de empatia e tratamento grosseiro. O exame só foi realizado após mais algumas longas horas de espera, por volta das 18h.
Apesar de um médico e dois enfermeiros terem sido elogiados pela sensibilidade e profissionalismo, a espera pelo laudo foi mais um momento de angústia para a família. A mãe precisou insistir junto à assistência social para que o resultado fosse entregue. O laudo com o diagnóstico das fraturas só saiu às 22h20.
“É desumano deixar uma criança com fraturas esperando por tanto tempo. Só consegui atendimento porque fui atrás, questionei, pedi explicações. E quem não pode? Quem não tem voz?”, questionou a mãe emocionada. Ela destacou a sobrecarga dos profissionais, mas cobrou investimentos e estrutura para a saúde pública. “A estrutura é falha, a gestão é falha, e quem sofre somos nós e os próprios profissionais”, finalizou.



