Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (16) mostra que 41% da população se declara contra a anistia, enquanto 36% se mostram favoráveis ao benefício para todos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Outros 10% ainda afirmaram ser a favor apenas para os “manifestantes do 8 de janeiro”, e 13% não souberam opinar ou não responderam.
O levantamento também revela diferenças regionais: o Nordeste apresenta a maior proporção de rejeição, com 44% contra a anistia, enquanto o Sul tem o menor índice, de 35%. A aprovação do perdão político, incluindo a Bolsonaro, é mais baixa no Nordeste (28%) e mais alta nas regiões Sul e Centro-Oeste (42%).
Entre homens e mulheres, a rejeição é praticamente equilibrada, com 42% dos homens e 40% das mulheres se posicionando contra. A análise por faixa etária e renda mostra índices similares, variando entre 40% e 43% de oposição ao benefício.
A religião também influencia a opinião sobre a anistia: entre católicos, 43% são contrários e 37% favoráveis, enquanto entre evangélicos 33% rejeitam o perdão e 40% apoiam.
O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 14 de setembro, com 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, utilizando questionários presenciais. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Opinião por grupo político
Entre os apoiadores de Lula, 58% são contra a anistia, 22% apoiam a concessão do benefício, incluindo Bolsonaro, e 8% aprovam apenas para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Já entre bolsonaristas, 62% se dizem favoráveis à anistia incluindo Bolsonaro, 19% rejeitam a medida e 12% aceitam apenas para os participantes dos atos antidemocráticos.
Anistia em debate
Nos últimos dias, a anistia tem sido um dos temas centrais das discussões no Congresso Nacional, com foco especial na Câmara dos Deputados. Parlamentares aliados a Bolsonaro defendem a aprovação de um projeto de lei que concederia o benefício, enquanto o governo federal se posiciona contrário à medida.
O projeto em análise pode prever perdão político e/ou redução de penas para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, podendo ainda extinguir sanções aplicadas àqueles que tentaram impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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