Clínica incendiada tinha dependentes químicos internados de forma irregular

A clínica de recuperação Liberta-se, que pegou fogo na madrugada de 31 de agosto no Núcleo Rural Desembargador Colombo Cerqueira, no Paranoá (DF), funcionava de forma irregular. Segundo o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Bruno Cunha, todos os internos estavam no local de maneira compulsória, mas sem seguir os trâmites legais exigidos.

“Numa internação compulsória, existem previsões legais, como a comunicação ao Ministério Público do DF (MPDFT)”, explicou o delegado.

“Aparentemente, isso não foi feito em nenhuma das internações da unidade que pegou fogo, incluindo as vítimas do incêndio. Esse foi um dos fatores que levou à prisão temporária do dono da clínica, realizada nesta quinta-feira (18).”

Segundo Cunha, a internação compulsória pode ser realizada em quatro situações: por determinação judicial, com participação da família, após análise clínica de um médico especializado ou mediante comunicação ao MPDFT.

Prisões
Além dos dois proprietários, um coordenador e um funcionário da clínica clandestina foram detidos. De acordo com a polícia, se forem condenados, podem pegar mais de 30 anos de prisão.

Relembre o caso
O incêndio devastador atingiu a sede da clínica, onde estavam cerca de 20 internos; outros 26 dormiam em alojamentos externos. O fogo deixou cinco mortos carbonizados e 11 feridos, entre eles pacientes intoxicados pela fumaça e com queimaduras graves.

O Corpo de Bombeiros informou que, ao chegar ao local, encontrou o prédio tomado por fumaça e labaredas saindo pelo telhado. Um carregador de celular pode ter sido a causa do incêndio.

Saiba mais:

  • Incêndio em casa de recuperação: dependentes químicos eram mantidos presos com cadeado para fora
  • Carregador pode ter provocado incêndio que matou 5 pessoas em clínica clandestina
  • Clínica onde cinco morreram em incêndio no DF operava de forma irregular e sem alvará
Adicionar aos favoritos o Link permanente.