Muita gente se assusta ao despertar no meio da madrugada, principalmente entre 2h e 3h da manhã. No entanto, segundo especialistas em medicina do sono, esse fenômeno é parte natural do ciclo biológico e está diretamente ligado ao ritmo circadiano — o relógio interno que regula funções do corpo em períodos de 24 horas.
Durante a noite, o cérebro passa por diferentes fases: o sono leve, o sono profundo — responsável por eliminar toxinas e regular hormônios — e o sono REM, em que ocorrem os sonhos. Entre essas fases, surgem os chamados “microdespertares”, momentos rápidos que permitem que o corpo mude de posição e evite dores.
Esses despertares são mais comuns na segunda metade da noite, quando o sono profundo dá lugar a fases mais leves. O hábito de acordar sempre no mesmo horário, em especial às 2h ou 3h da manhã, pode estar relacionado tanto à transição entre o sono profundo e o REM quanto a fatores externos e internos, como ruídos, refluxo, apneia, ansiedade, depressão, ou até alterações hormonais.
O álcool, por exemplo, é apontado como um dos principais inimigos do sono de qualidade. Embora possa induzir ao descanso inicialmente, ele fragmenta os ciclos, provocando múltiplos despertares. Condições médicas, como asma, hipertensão ou dores crônicas, também podem contribuir para noites mal dormidas.
Os especialistas destacam que é possível “treinar” o sono por meio da chamada higiene do sono: manter horários regulares, evitar refeições pesadas e estimulantes à noite, reduzir o uso de telas antes de dormir, além de criar um ambiente silencioso e confortável.
Se os despertares forem longos, frequentes e atrapalharem o dia a dia com sintomas como fadiga e irritabilidade, pode ser sinal de distúrbios como insônia de manutenção ou apneia do sono, exigindo avaliação médica.



