Depois de duas décadas foragida, Flávia Alves Musto, condenada pela Justiça de Pernambuco por ser a mandante do assassinato de Isaías de Lira, foi capturada em Pisa, na região da Toscana, na Itália. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) confirmou que ela estava na lista vermelha da Interpol, um alerta internacional de captura, e agora aguarda o trâmite para extradição.
O homicídio aconteceu em 14 de agosto de 2005, em uma estrada de terra no bairro de Maranguape II, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. De acordo com os autos do processo, Flávia Alves Musto não aceitava o término do relacionamento e decidiu planejar a morte de Isaías de Lira. Para isso, ela contratou pistoleiros, que emboscaram a vítima e atiraram contra ele, causando morte imediata.
As investigações reuniram provas da participação de Flávia na trama criminosa, e ela foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco. O julgamento resultou em condenação por homicídio qualificado, com pena superior a 20 anos de prisão em regime fechado. Entretanto, antes de iniciar o cumprimento da sentença, Flávia deixou o país e passou a viver foragida.
Por anos, não houve pistas sobre o paradeiro da condenada. O TJPE então solicitou inclusão do nome dela na lista vermelha da Interpol — um sistema que emite alertas de captura para mais de 190 países-membros. Essa medida é usada para facilitar a localização e a prisão de pessoas procuradas internacionalmente, permitindo que sejam detidas em qualquer país que reconheça o mandado.
A polícia italiana confirmou a prisão de Flávia em Pisa, no norte da Itália. Ela vivia sob identidade regularizada no país, o que facilitou sua localização após o alerta internacional. Autoridades locais cumpriram o mandado de prisão e a apresentaram à Justiça italiana, que agora analisa o pedido de extradição enviado pelo Brasil.
O processo de extradição depende de parecer do governo italiano e pode levar algumas semanas. Assim que autorizada, Flávia deverá ser transferida para o Brasil e levada a um presídio em Pernambuco para iniciar o cumprimento da pena. O TJPE acompanha os trâmites e informou que mantém contato com o Ministério da Justiça para agilizar o retorno.
Repercussão e expectativa da família
Familiares de Isaías de Lira comemoraram a prisão e afirmaram que o desfecho representa alívio após anos de luta por justiça. O caso também reacendeu o debate sobre a eficácia de redes de cooperação internacional na punição de crimes graves, mesmo após grande lapso de tempo. A defesa de Flávia Alves Musto ainda não se pronunciou sobre o caso.
A prisão de Flávia Alves Musto demonstra a efetividade da cooperação internacional no combate à impunidade. O caso, que se arrasta há quase duas décadas, está próximo de um desfecho definitivo, com a expectativa de que a condenada cumpra a pena no sistema prisional pernambucano. A captura em Pisa fecha um ciclo de busca que mobilizou Justiça, Polícia Federal e Interpol para garantir que o crime não ficasse sem punição.



