Fux vota pela incompetência do STF e pede anulação do processo contra Bolsonaro e aliados

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (10) pela incompetência absoluta do STF para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus envolvidos na chamada trama golpista.

Em seu voto, Fux solicitou a anulação de todo o processo penal contra os acusados, argumentando que eles já haviam perdido os cargos públicos à época do julgamento:

“Meu voto é no sentido de reafirmar a jurisprudência desta Corte. Concluo, assim, pela incompetência absoluta do STF para o julgamento deste processo, na medida em que os denunciados já haviam perdido os seus cargos”, afirmou.

Críticas às mudanças no foro privilegiado

O ministro criticou alterações na previsão de foro privilegiado, que, segundo ele, passaram por inúmeras mudanças e causaram uma “banalização” da competência constitucional.

Fux destacou que uma das alterações ocorreu após os atos criminosos da trama golpista, permitindo que Bolsonaro fosse julgado pelo STF, e não por um tribunal comum, mesmo já não ocupando cargo público.

“Essa mudança possibilitou que o ex-presidente fosse julgado aqui, ao invés de na primeira instância, o que, na minha visão, não respeita a jurisprudência da Corte”, declarou.

Crimes pelos quais os réus respondem

Os acusados enfrentam cinco crimes na Suprema Corte:

  • Organização criminosa armada;

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • Golpe de Estado;

  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave (exceto Alexandre Ramagem);

  • Deterioração de patrimônio tombado (exceto Ramagem).

Exceção: Ramagem responde apenas aos três primeiros crimes, após decisão da Câmara dos Deputados para suspensão da ação penal contra ele.

Cronograma do julgamento

O julgamento seguirá nos próximos dias, com as sessões previstas para:

  • 10/09 (quarta-feira): 9h às 12h;

  • 11/09 (quinta-feira): 9h às 12h e 14h às 19h;

  • 12/09 (sexta-feira): 9h às 12h e 14h às 19h.

Além de Fux, os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, ainda votarão para condenar ou absolver os réus.

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