O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (21) que “não haverá um Estado palestino”, rechaçando a decisão conjunta de Reino Unido, Canadá e Austrália de reconhecer oficialmente a Palestina como um Estado soberano. A declaração ocorre em meio a novos alinhamentos diplomáticos e pressões da comunidade internacional por uma solução de dois Estados.
A medida dos três países amplia para cerca de 140 o número de nações que reconhecem o Estado palestino, somando-se a uma campanha global por uma resolução pacífica e definitiva do conflito.
Reino Unido, Canadá e Austrália já haviam sinalizado essa intenção em ocasiões anteriores — os dois últimos assinaram um documento em julho reforçando esse compromisso.
Resposta direta ao reconhecimento
Netanyahu reagiu duramente ao gesto. “Durante anos eu impedi a criação de um Estado palestino, apesar das pressões internas e internacionais”, declarou. “Fizemos isso com determinação e com sabedoria diplomática.
Além disso, dobramos o assentamento judeu na Judeia e Samaria – e continuaremos por este caminho”, disse o líder israelense.
Ele acusou o premiê britânico, Keir Starmer, de “dar uma grande recompensa ao terrorismo”, referindo-se ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deflagrou a atual guerra. Netanyahu adiantou que só responderá formalmente à decisão após seu retorno dos Estados Unidos, onde deve se reunir com o ex-presidente Donald Trump e o presidente argentino Javier Milei.
A decisão britânica teve peso simbólico acentuado por sua relação histórica com a criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial.
Ao anunciar a medida, Starmer afirmou: “Hoje, para reavivar a esperança de paz para os palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina.”



