‘Pode bater que eu me responsabilizo’: Criança de 11 anos é torturada após furto de celular

Uma criança de 11 anos foi amarrada a um poste e agredida com chutes, socos e puxões de cabelo nesta terça-feira (16), em Várzea Paulista, no interior de São Paulo. As agressões, registradas em vídeo, mostram a vítima com as mãos presas para trás enquanto duas adolescentes aparecem espancando o menino com o incentivo de uma mulher que grava as agressões e afirma ser mãe de uma das menores.

Nas imagens, a mulher que grava o vídeo, de 51 anos, incentiva a violência e afirma: “Eu não posso bater porque ele é menor. Está apanhando igual um cachorro. Vocês são de menor, vocês podem bater que eu me responsabilizo”. A gravação circulou nas redes sociais e causou grande revolta entre os moradores da cidade.

De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado como tortura. A mulher que filmou e a filha dela, de 14 anos, foram identificadas e ouvidas em sigilo na tarde do mesmo dia, mas ninguém foi preso até o momento. Na delegacia, a mulher teria demonstrado arrependimento durante o depoimento e disse que sua atitude foi “coisa do momento”. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde da criança.

Na gravação, a mulher justifica as agressões afirmando que o menino teria furtado dois celulares, sendo um da filha dela, e que ele ainda teria entregado outros envolvidos, mas que não queria dar o endereço de onde mora. Um inquérito foi instaurado para apurar os fatos e responsabilizar todos os envolvidos, o caso com prioridade.

Em nota pública, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 271ª Subseção de Várzea Paulista, manifestou “profunda preocupação e consternação” diante do episódio e classificou a violência como de “tamanho brutalidade” e “grande clamor social”. A entidade destacou que a participação de uma pessoa adulta na agressão revela “uma triste falha em nossa estrutura social e familiar na proteção dos mais vulneráveis” e reforçou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e da dignidade de crianças e adolescentes.

A OAB também afirmou que acompanhará as investigações e defendeu que a violência “não pode ser tolerada e deve ser combatida por todos”.

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