A Polícia do Paraná segue, neste domingo (14), as buscas pelos quatro amigos que desapareceram em Icaraíma, no noroeste do estado, após irem ao local para cobrar uma dívida de R$ 255 mil. O grupo está desaparecido desde 5 de agosto, quando saiu de São José do Rio Preto (SP) para tentar reaver o valor de uma negociação de imóvel que não foi paga.
Na última sexta-feira (12), a polícia localizou o carro utilizado pelas vítimas, uma picape Fiat Toro, enterrado em uma área de difícil acesso a cerca de nove quilômetros de uma propriedade rural possivelmente ligada ao crime. O veículo estava coberto por uma lona e precisou ser escavado para ser removido.
Dentro do carro, a Polícia Científica encontrou vestígios de sangue e diversas marcas de disparos de arma de fogo. Um objeto com o nome de uma pessoa também foi apreendido para perícia. Apesar das evidências de violência, os corpos das vítimas não estavam no local.
A descoberta do veículo só foi possível graças a uma carta anônima deixada na casa do pai de uma das vítimas, que indicava de forma detalhada o local onde o carro estaria enterrado. Um informante também colaborou com a localização. Segundo o coronel Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública do Paraná, a denúncia foi decisiva para avançar nas investigações.

Diante da ausência dos corpos, o Corpo de Bombeiros passou a atuar nas buscas, usando cães farejadores para vasculhar áreas de mata próximas ao local onde o carro foi encontrado. A Polícia Militar também utilizou um helicóptero com câmeras de infravermelho para tentar localizar vestígios de calor humano na região.
Os quatro desaparecidos foram identificados como Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza. Segundo as investigações, a dívida cobrada por eles seria referente à compra de uma propriedade. Alencar fez a venda, mas o comprador — que não teve o nome divulgado — não pagou as dez notas promissórias de R$ 25,5 mil.
Os outros três homens, Diego, Robishley e Rafael trabalhavam irregularmente há pelo menos treze anos fazendo cobranças de dívidas de modo agressivo e persuasivo, segundo a polícia. Eles teriam sido contratados pelo Alencar para cobrar a dívida da família Buscariollo e saíram de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para realizar a cobrança junto com o contratante.
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) trata o caso como homicídio e trabalha com a hipótese de execução dos quatro homens. Dois suspeitos, pai e filho, são considerados foragidos. A investigação segue em sigilo e novas buscas serão realizadas nos próximos dias.



