A avenida Paulista, em São Paulo, está sendo palco de um grande protesto neste domingo (21) que reuniu milhares de manifestantes convocados por movimentos sociais, partidos de esquerda e parlamentares. O ato teve como principais alvos o Congresso Nacional, a PEC da Blindagem — apelidada por opositores de “PEC da Bandidagem” — e o projeto de anistia defendido por setores bolsonaristas.
A concentração começou por volta das 13h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), cartão-postal da capital. Com faixas e cartazes que diziam “Congresso inimigo do povo” e “Sem anistia”, os manifestantes iniciaram os discursos a partir das 15h.
O ato foi convocado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL e ao PT, que reúnem movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Segundo os organizadores, manifestações semelhantes ocorreram em pelo menos 22 capitais.
Entre as reivindicações, estavam o fim da escala 6×1 de trabalho, a taxação dos mais ricos e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês — pautas defendidas pelo governo Lula (PT), mas travadas no Congresso.
Na Paulista, também houve críticas diretas aos 12 deputados do PT que votaram a favor da PEC da Blindagem, contrariando a orientação da bancada. A proposta, já aprovada na Câmara, segue agora para análise no Senado.
A PEC restringe a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares, permitindo que o Congresso barre prisões e processos criminais contra deputados e senadores.
Os petistas que apoiaram o texto afirmam que fizeram um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para travar a votação da anistia a condenados pela trama golpista que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Porém, no dia seguinte, a urgência para o projeto de anistia foi aprovada, o que levou os parlamentares a denunciarem terem sido “traídos” pelo acordo.
O protesto reforçou o clima de tensão entre movimentos sociais, partidos de esquerda e o Congresso, em um cenário de disputas políticas cada vez mais acirradas em torno da pauta de anistia e das eleições de 2026.



