O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (25) um novo pacote de tarifas que deve gerar impacto direto em parceiros comerciais estratégicos, principalmente da Europa, Ásia e América do Norte. A medida, no entanto, não atinge de forma significativa o Brasil.
A principal taxação será de 100% sobre medicamentos de marca ou patenteados importados, com validade a partir de 1º de outubro. A cobrança não será aplicada se a companhia responsável pela produção estiver construindo fábricas dentro do território americano. Países como Irlanda, Suíça e Alemanha, grandes exportadores da indústria farmacêutica, serão os mais prejudicados. Em 2024, a União Europeia exportou mais de US$ 134 bilhões em remédios e produtos farmacêuticos para os EUA, segundo dados do Eurostat.
Além disso, Trump determinou tarifas de 25% sobre caminhões pesados importados, medida que deve atingir principalmente o México, responsável por abastecer grande parte desse mercado nos Estados Unidos.
O pacote também inclui sobretaxas no setor de móveis. Os armários de cozinha, móveis de banheiro e itens associados terão tarifa de 50%, enquanto os móveis estofados serão taxados em 30%. O alvo, nesse caso, são as importações vindas principalmente de Vietnã e China, que juntas responderam por 60% das vendas desse setor para os EUA em 2024.
E o Brasil?
O impacto direto para a economia brasileira deve ser limitado. O país não figura entre os grandes exportadores de medicamentos, caminhões ou móveis para os Estados Unidos, diferentemente dos mercados europeu, asiático e mexicano. Especialistas apontam que, no máximo, a indústria nacional pode sentir reflexos indiretos, como mudanças nas cadeias globais de suprimento ou maior concorrência em outros mercados.
Com as novas medidas, Trump reforça sua política econômica de incentivo à produção doméstica, pressionando multinacionais a expandirem suas fábricas em solo americano.



