Os incêndios, assim como o registrado em Porto Alegre nesta sexta-feira (26), fazem parte da história do Brasil. O portal ND Mais separou os 5 principais que marcam o imaginário popular. Confira:
Cinco incêndios históricos
Gran Circo Norte Americano – Dezembro de 1961
Este incêndio foi registrado em Niterói, no Rio de Janeiro. A tragédia do Gran Circus Norte-Americano, foi considerado um dos maiores incêndios do país em número de vítimas.
O ato foi considerado criminoso. Um dos responsabilizados pelo incêndio foi o “Dequinha”, trabalhou por dois dias na montagem do circo e foi demitido. Indignado com a mudança, o homem jurou vingança e na tarde de 17 de dezembro ateou fogo na lona do circo com gasolina.
Culpados: Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha” foi condenado a 16 anos de prisão e mais 6 em internação em manicômio. José dos Santos, o “Pardal”, e Walter Rosa dos Santos, o “Bigode”, foram seus ajudantes no crime e foram condenados a 16 e 14 anos de prisão respectivamente.
Ao todo foram 503 vítimas fatais e mais de 800 feridos, a grande maioria de crianças. 372 crianças morrem na hora e as outras por complicações, depois do resgate.
2. Edifício Joelma – Fevereiro de 1974
Este incêndio aconteceu em São Paulo Capital no Edifício Joelma. O fogo começou em um dos aparelhos de ar-condicionado localizado no 12º andar do prédio.
Na tragédia, o Banco Crefisul foi responsabilizado por ser o locatário do imóvel e três de seus funcionários foram condenados: Kiril Petrov, gerente-administrativo (três anos de prisão) e os eletricistas Sebastião da Silva Filho e Alvino Fernandes Martins (dois anos de prisão).
A Termoclima foi responsabilizada por ser a responsável pela manutenção da parte elétrica do prédio e dois funcionários foram condenados: o proprietário Walfrid George e o eletricista Gilberto Araújo Nepomuceno (dois anos de prisão cada).
Ao todo foram 191 vítimas fatais e mais de 300 feridos, a grande maioria eram funcionários do banco. Outro dado trágico é que 30 corpos nunca foram identificados pelo alto nível de carbonização.
3. Edifício Andraus – Fevereiro de 1972
Este incêndio também aconteceu em São Paulo Capital no 2º andar do Edifício Andraus, causado provavelmente, por um curto-circuito em um luminoso de propaganda. Em apenas 15 minutos o fogo já havia consumido 6 andares do prédio.
Foram considerados culpados o gerente-geral das Casas Pirani, Nilson Cazzarini, foi condenado a apenas dois anos de prisão.
Ao todo foram 16 vítimas fatais, entre os eles, dois executivos da Henkel: Paul Jürgen Pondorf, presidente da empresa, e Ottmar Flick. Tiveram ainda, mais de 330 feridos. Não fosse o heliponto do prédio a tragédia poderia ter sido maior, pois mais de 300 pessoas foram salvas de helicóptero.
4. Boate Kiss – Janeiro de 2013
Um dos casos mais emblemáticos do Brasil foi o incêndio na Boate Kiss em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013.
As chamas começaram durante a apresentação de uma banda na casa noturna. Segundo a investigação, o vocalista acendeu um sinalizador de uso externo.
As faíscas provocadas pelo sinalizador atingiram a espuma do teto, que servia como isolamento acústico e não tinha tratamento contra fogo e nem era aprovada pelo Corpo de Bombeiros.
Em apenas três minutos a boate estava tomada por uma fumaça densa repleta de cianeto, substância letal, que causou a maioria das mortes.
Depois de 11 anos da tragédia dessa tragédia, nenhuma pessoa ainda foi julgada. São réus no caso: Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da boate, e Marcelo Santos e Luciano Bonilha, integrantes da banda. Todos respondem por 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio, com dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar.
O número de vítimas demonstra que essa é a segunda maior tragédia do Brasil em número de vítimas fatais, atrás apenas do Gran Circo Norte Americano. Foram 242 mortos e cerca de 680 feridos, a grande maioria, de estudantes universitários.
5. Ultracargo de Santos – Abril de 2015
Este incêndio aconteceu em Santos, no Litoral Paulista. Segundo a investigação do Ministério Público de São Paulo, a causa do incêndio foi um erro nas tubulações de sucção e descarga, que levou a explosão de uma válvula.
As chamas atingiram 6 tanques de combustíveis e demorou 8 dias para ser extinto. Segundo a Cetesb, é o maior incêndio desse tipo no Brasil.
Foram considerados culpados a Tequimar (terminal Químico de Aratú), subsidiária da Ultracargo foi condenada 4 anos após o incêndio. A empresa fez um acordo parcial com o Ministério Público de R$ 67,3 milhões de reais, para compensar os danos ambientais.
A única vítima nesse incêndio foi o meio ambiente, já que a empresa fica às margens do estuário do Porto de Santos.
Ao todo foram mortos 9 toneladas de peixe de 142 diferentes espécies. Isso causou enorme prejuízo financeiro para a comunidade pesqueira da região. É considerado um dos maiores incêndios do Brasil em relação a danos ambientais.