• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

    Social - Repositório

Rápido Sumaré é habilitada para assumir transporte público em Piracicaba; veja o que prevê edital e desafios de nova empresa


Entre exigências para nova concessionária está implantação de wi-fi, ar-condicionado e aplicativo que informe em tempo real a previsão de chegada dos ônibus nos pontos. Veja próximos passos e prazos para viação assumir o serviço. Ônibus do transporte público de Piracicaba
José Justino Lucente/CCS
A empresa Rápido Sumaré foi habilitada para assumir o transporte público de Piracicaba (SP). A homologação da licitação, após um recurso ser negado, foi publicada nesta segunda-feira (29), em Diário Oficial. Entre exigências para nova concessionária está implantação de wi-fi, ar-condicionado e aplicativo que informe em tempo real a previsão de chegada dos ônibus nos pontos.
Tarifas do transporte público de Piracicaba têm reajuste entre 3,3% e 7,7% a partir de 1º de junho
Com a habilitação, segundo a prefeitura, o próximo é a assinatura do contrato, que deve ocorrer no próximo mês. A partir disso, a viação terá até três meses para realizar estudo técnico para construção de uma garagem para os ônibus e, em seguida, até seis meses para operar o sistema plenamente.
O edital da concessão do sistema de transporte público da cidade prevê a execução dos serviços por cinco anos e o critério de escolha da empresa foi a que oferece a menor tarifa. O valor estimado do investimento anual é de R$ 110.807.577,08.
Conforme o edital, deverá ser disponibilizado ônibus com wi-fi (internet sem fio) e entradas USBs, além de parte da frota com ar-condicionado. O edital exige, ainda, aplicativo que possibilite ao usuário ver os horários previstos atualizados em tempo real de chegada dos ônibus aos pontos de embarque, além do itinerário das linhas.
Todos os veículos da frota deverão ter monitoramento por câmeras em seu interior e sistema de rastreamento (GPS) e serão monitorados em tempo real pela Semuttran.
Transporte público de Piracicaba
Divulgação/ Prefeitura de Piracicaba
Além da construção da garagem, a vencedora da concorrência também será responsável pela manutenção dos terminais.
A empresa vencedora deverá operar, inicialmente, com 163 veículos e 10% de reserva. Para o Sistema Elevar, destinado a pessoas que usam cadeira de rodas, é considerada a frota operacional de seis veículos e um veículo de reserva. A frota deverá ter, ainda, idade média máxima de cinco anos e idade máxima do veículo de dez anos.
Licitação durou um ano e meio
A licitação do transporte da cidade teve um ano e meio de duração. Lançada em dezembro de 2021, teve suspensões devido a contestações administrativas e judiciais de empresas e solicitações de correções feitas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Judicialmente, a licitação chegou a ficar paralisada entre abril e agosto de 2022.
A abertura dos envelopes com as propostas tinha sido agendada anteriormente para 3 de novembro, mas a definição foi adiada após três concorrentes apresentarem contestações. Ela foi reagenda após a comissão de licitações da prefeitura negar os recursos.
Desafios da nova contratada
Entre os principais desafios da nova contratada, estão o de superlotação, tarifa entre as mais altas do país, horário das linhas como principal alvo de reclamações dos usuários nos últimos anos, falhas de segurança, eficiência, conforto, acessibilidade e manutenção.
Por conta desses problemas no passado, a Justiça de Piracicaba condenou nove empresas que prestaram serviço de transporte público na cidade entre 1999 e 2015 a pagar uma indenização de R$ 29 milhões. A decisão ocorre em uma ação movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
Linha de Piracicaba
Divulgação/Prefeitura municipal de Piracicaba
Queixas de usuários em números 📊
Dados obtidos pelo g1 junto à Secretaria de Mobilidade Urbana, Trânsito e Transportes (Semuttran) apontam os tipos mais recorrentes de reclamações sobre o transporte público entre 2019 e este ano.
Segundo o levantamento, as queixas sobre horários das linhas de ônibus foram as que mais se repetiram no período. São 1.139 ao todo.
Em 2022, a soma de todas as reclamações teve alta de 30% em relação ao ano anterior. O número saiu de 689 para 896.
Tarifa entre as mais altas 💸
Atualmente, a tarifa integral – cobrada em bilheterias e dentro do ônibus – custa R$ 5,60 em Piracicaba. Já quem tem o cartão do transporte municipal paga R$ 4,90.
O último reajuste aconteceu em janeiro de 2022. Na ocasião, a tarifa cheia figurou entre as mais altas do país, acima dos valores de todas as capitais, com base em um levantamento do g1. E, a partir de quinta-feira (1º), passa a vigorar um aumento entre 3,3% e 7,7%.
Ônibus do transporte público de Piracicaba
José Justino Lucente/CCS
Superlotação, segurança, eficiência… 👨‍👩‍👧‍👦
Na ação movida pelo Ministério Público que culminou na condenação de nove empresas que prestaram serviço de transporte público em Piracicaba, moradores da cidade prestaram depoimento relatando sua rotina e os transtornos que já tiveram com a qualidade do serviço.
Marta Cristina de Almeida Leme relatou à Justiça que em 2011 chegou a flagrar 60 pessoas em pé em um ônibus e que ficava preocupada com a segurança.
Usuários do transporte coletivo reclamam da lotação nos ônibus em Piracicaba
Fernanda Zanetti/g1
“Narrou ainda que os ônibus eram sujos, mal cuidados, velhos. Havia alguns ônibus com peças quebradas, com acentos soltos e quebrados; além de muito barro no ônibus”, aponta trecho do depoimento reproduzido na sentença.
Nara Petean Marino, moradora do bairro Dois Córregos, relatou que entre 2005 e 2015 presenciou várias situações de quebra de ônibus. E que a rota “não era inteligente”, porque esperava 30 minutos e depois os ônibus passavam um após o outro.
Também narrou casos em que o motorista não permitia mais a entrada de passageiros devido à lotação do coletivo.
Janaina de Paula Cabral, que morou nos bairros Parque dos Eucaliptos e Costa Rica, relatou existência de goteiras nos veículos e que, devido à lotação, precisava esperar o coletivo realizar toda a rota e retornar ao seu ponto. Também afirmou que quando estava na gestação viajava nas escadas do ônibus por falta de espaço quase todos os dias.
Vários passageiros esperam para entrar em ônibus de Piracicaba
Reprodução/EPTV
O que dizem as empresas?
Na ação, as empresas afirmam, entre outros pontos, que não há atos ilícitos que tenham gerado dano e necessidade de indenização; que foram cumpridas as exigências contratuais e legais; que não foram comprovados danos morais; trouxeram pesquisas que apontam que a maioria dos passageiros estariam satisfeitos com o serviço; e consideraram excessivo o valor atribuído à causa.
Testemunha das companhias, o ex-secretário de Transportes Jorge Akira Kobayashi admitiu que havia reclamações entre 1999 e 2015, mas afirmou que eram pontuais. E citou uma pesquisa que apontou que entre 70% e 75% dos usuários avaliavam como boa a qualidade do serviço.
O ex-titular da pasta garantiu que a Semuttran exigia que fossem solucionados os problemas. Sobre acessibilidade, afirmou que a cidade foi uma das primeiras a ter transporte “porta a porta” e, depois de um tempo, todos os ônibus ficaram com acessibilidade. Também afirmou que a idade máxima dos coletivos era de 13 anos.
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *