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Cursos técnicos estão ajudando pessoas com deficiência a conseguir emprego em MT

A cada 10 brasileiros sem deficiência, 3 estão em busca de emprego formal. Entre as pessoas com deficiências o número sobe para 7, segundo o IBGE. Cursos técnicos ajudam pessoas com deficiência a conseguir emprego
Cursos técnicos estão ajudando pessoas com deficiência a conseguir um emprego em Mato Grosso.
A assistente social Marta Bordignon de Abreu tem 35 anos e só 5% da visão. O técnico em segurança do trabalho Daniel de Oliveira tem 28 e usa cadeira de rodas há 10 anos. O que Marta e Daniel têm em comum são os desafios e a busca por oportunidades.
“Eu sou de São José do Rio Claro, Mato Grosso. Lá, cidade pequena, nas escolas eu não tinha os recursos. Eu vendia picolé porque era a única coisa que eu encontrei lá na época pra mim”, conta a assistente social.
Marta fez faculdade de serviço social na capital, mas ainda não conseguiu atuar na área. Ela e o marido Josué, que é cego, recebem benefício do INSS. Já o Daniel é atleta amador, mas também depende do benefício.
“Em 2018, eu passei a correr em corridas de rua e de lá para cá venho colecionando vários títulos”, diz Daniel.
Sem patrocínios, focou em capacitação profissional, mas ainda não tinha conseguido um emprego.
“Consegui vários certificados, mas aí na hora que eu ia procurar um emprego, tinha que ter experiência na área, às vezes empresa não tinha acessibilidade, preferia contratar outra pessoa que não fosse cadeirante”, afirma Daniel.
A cada dez brasileiros sem deficiência, três estão em busca de emprego formal. Entre as pessoas com deficiências o número sobe para sete, segundo o IBGE.
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A falta de escolaridade se reflete na taxa alta de desemprego. De acordo com os dados do instituto, analisados pelo Observatório da Indústria de Mato Grosso, entre as 178 mil pessoas com deficiências acima de 18 anos do estado, 64% não tem instrução e ensino fundamental completo; 20% têm Ensino Médio completo, como o Daniel; e só 3% superior completo, como a Marta.
“Muitas vezes, não encontramos pessoas com deficiências capacitadas para aquela vaga especificadamente da empresa”, Eduardo de Souza Maria, auditor-fiscal do trabalho de MT.
Mas as empresas também precisam se adaptar. Com mais de 100 trabalhadores, elas devem ter pelo menos 2% dos cargos para pessoas com deficiência. Com mais de mil, a cota é de 5%.
Bastou uma porta aberta para fazer a diferença na vida da Marta, do Daniel, e de mais 20 pessoas com diferentes tipos de deficiências. Elas passaram dois anos em uma sala como a mostrada em vídeo, fazendo um curso de Aprendizagem Industrial em Logística. Agora, todas foram contratados pelas próprias instituições que realizaram a capacitação.
“Foi desenhado um programa que pudesse tanto surdos, como pessoas cegas, pessoas com baixa visão, deficiência intelectual, deficiência física, autistas estarem na mesma turma e ter a mesma capacitação”, explica Denise Torres Molina, coordenador de Responsabilidade Sesi/Senai.
“A pessoa que tem no trabalho uma condição de valorização onde se sente realizada, leva essa pessoa para uma condição mais feliz e mais produtiva na sociedade”, declara Carlos Eduardo Braguino, diretor do Senai.
O curso começou em 2020. Por causa da pandemia, parte das aulas foram online e, depois, estágio. Agora, Marta e Daniel têm mais uma coisa em comum: o primeiro emprego de carteira assinada.
“Minha função é assistente aqui na área da segurança no trabalho”, diz Daniel.
“Todos nós temos competência, temos os nossos potenciais, ainda que tenhamos as nossas limitações, mas nós podemos ir além delas”, diz Marta.
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