As empresas têm um papel fundamental na luta antirracismo, que passa pela promoção de políticas que busquem incluir negros em todos os setores do quadro de funcionários. A avaliação é do diretor do Instituto Identidades do Brasil, Tom Mendes.
“Se eu sou um CEO de empresa e já entendi que existe o racismo estrutural no Brasil, preciso perenizar esses processos com metas muito claras, métricas, prazo e – principalmente – investimento”, afirmou Tom Mendes em entrevista à CNN Rádio. “E se você não sabe fazer, procure ajuda. Hoje tem várias instituições que podem ajudar e apoiar na construção de políticas internas, treinamentos, senso ético, racial e de diversidade.”
Tom Mendes ressalta que empresas que não adotam medidas antirracistas já ficam para trás nos negócios. “Hoje, a pauta racial e de diversidade não são uma pauta de assistencialismo, mas de impacto. O CEO que não se propõe a discutir isso já está perdendo uma margem significativa do mercado, seja na criação de seus próprios produtos ou no respeito ao mercado”, explica.
O diretor do IB_BR afirma que qualquer projeto de promoção de diversidade em empresas começa com a prática da empatia, que, segundo ele, “é mais simples do que a gente imagina.”
“Todo santo dia eu fico pensando em como vai ser meu dia, e as relações raciais estão sempre estampadas em tudo o que eu faço”, conta. “Se eu entro num supermercado, numa farmácia ou num restaurante, a minha pele vem antes de qualquer coisa que eu seja. Ser uma pessoa privilegiada é não ter que pensar nisso no seu dia-a-dia.”
Mendes ainda exemplificou o privilégio a partir da situação dos jogadores de futebol brancos na Espanha que, diferentemente de Vinícius Júnior, podem se concentrar em suas carreiras e vida pessoal sem se desgastarem com a discriminação racial.
Com produção de Bel Campos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Empresas precisam investir em antirracismo, diz diretor do ID_BR no site CNN Brasil.
