ROMA, 6 JUN (ANSA) – O Ártico pode ficar completamente sem gelo no fim do verão já em 2030, uma década antes das previsões anteriores.
É o que sugere um estudo publicado na revista Nature Communications e liderado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coreia do Sul, que destaca o impacto significativo das atividades humanas no Polo Norte mesmo em um cenário de baixas emissões de gases de efeito estufa.
As novas previsões demonstram a importância de se adaptar a um Ártico sazonalmente sem gelo marinho em um futuro mais próximo do que se pensava anteriormente.
Todos os anos, o gelo no Ártico atravessa um ciclo sazonal, crescendo em extensão e espessura durante o inverno boreal, para depois se reduzir na primavera e no verão, atingindo seu ponto mínimo em setembro.
Pesquisadores liderados pela professora Yeon-Hee Kim analisaram dados coletados de 1979 a 2019, e os resultados sugerem que o impacto humano no declínio do gelo marinho do Ártico pode ser observado durante todo o ano e é atribuído em grande parte ao aumento das emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, os dados indicam que o Ártico pode ficar sem gelo no verão no período entre 2030 e 2050, em todos os cenários simulados de emissão de gases de efeito estufa. Isso contrasta com avaliações anteriores, que indicavam a resistência do gelo marinho na região em cenários de emissões menores.
Um Ártico sem gelo marinho afetaria as sociedades humanas e os ecossistemas naturais dentro e fora da região, por exemplo, alterando as correntes oceânicas e o ciclo do carbono, o que aceleraria ainda mais o aquecimento dessa zona. (ANSA).