Segundo o filho, Rosita Gomes teve duas paradas cardíacas após a colisão entre o veículo da rede municipal de saúde e uma van escolar. A mulher que a acompanhava diz que ela apresentava um quadro de dificuldade respiratória e tinha ido realizar um exame de ressonância magnética. Hematoma no braço de uma das pessoas feridas no acidente
Edijan Del Santo/ EPTV
A mulher que acompanhava a idosa de 64 anos que morreu após um acidente envolvendo a ambulância que a transportava e uma van escolar informou que a paciente estava em atendimento devido um quadro de problemas respiratórios.
Elas voltavam do Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC), onde a idosa tinha ido realizar uma ressonância magnética, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Piracicamirim.
O acidente ocorreu por volta das 17h da segunda-feira (5), no cruzamento da Avenida Armando de Salles Oliveira e a Rua Saldanha Marinho, na região central.
À Polícia Civil, o motorista da ambulância informou que estava com as luzes de emergência e sinais sonoros do veículo acionados, mas no cruzamento das duas vias foi atingido na lateral pela van escolar, que transportava alunos.
Também conforme o boletim de ocorrência, o motorista da van afirmou que, devido ao barulho das crianças no interior do veículo, não ouviu o sinal sonoro que era emitido pela ambulância e, como estava entrando no cruzamento, não teve tempo hábil para frear.
“Na volta [após o exame] eles passaram no sinaleiro e eu não vi mais nada. Aí a van escolar bateu na ambulância e eu estava sozinha com ela atrás. A enfermeira estava na frente, sozinha com o motorista”, relata a acompanhante.
“Quando teve a batida, ela viu eu toda ensanguentada e falou ‘mãe’. Ela parou duas vezes de respirar no meu colo. Teve duas paradas depois do acidente. [Antes do acidente] ela estava respirando, ofegante, mas estava consciente, conversando e respondendo”, acrescentou.
A paciente foi identificada como Rosita Gomes. A acompanhante dela teve lesão na cabeça com sangramento e hematomas em outras parte do corpo. Uma das alunas da van escolar teve lesões e foi resgatada para o Centro de Ortopedia e Traumatologia (COT).
Foram requisitados exames periciais para o local do acidente e nos veículos envolvidos.
Paciente voltava a UPA após exames
À Polícia Civil, o filho de Rosita informou que ela estava respirando com ventilação mecânica, deitada em uma maca, sendo segurada por sua acompanhante.
Ele diz que não havia itens de segurança para que a paciente não se movimentasse e que a enfermeira que a acompanhava estava como passageira ao lado do motorista.
A mulher que a acompanhava informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que a idosa estava com cinto de segurança, mas que ele estava um pouco frouxo. “Ela só estava laçada e eu estava segurando ela”, afirmou.
O filho também diz que quando ocorreu o acidente sua mãe teve duas paradas cardíacas. Rosita e a acompanhante foram levadas à UPA Piracicamirim, onde a idosa ficou internada, mas não resistiu e faleceu à 1h desta terça-feira.
Vítima do acidente foi atendida na UPA Piracicamirim, mas não resistiu
Claudia Assencio/g1
Secretaria diz que segue protocolos
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba lamentou a morte da paciente e afirmou que segue todos os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde no atendimento e transporte de pacientes e acompanhantes no interior de ambulância.
Também reforçou que o sinal sonoro da viatura de socorro estava devidamente acionado no momento do acidente, que ocorreu no trajeto de retorno ao anexo da UPA Piracicamirim, após a realização de exame de tomografia no HFC.
“A paciente transportada no momento do acidente estava na maca, devidamente segura com o cinto de segurança e acompanhada por uma técnica de enfermagem que fazia o atendimento e monitoramento da paciente durante todo o período de transporte na ambulância. A acompanhante foi orientada, várias vezes, a também utilizar os cintos de segurança disponíveis no interior da ambulância”, acrescentou.
A pasta comunicou que a ambulância também passará por perícia interna e que será aberto processo administrativo para apuração da ocorrência.
A empresa responsável pela van escolar informou que lamenta a morte da paciente, diz que está colaborando com as investigações e que aguarda um parecer policial para tomar as devidas providências.
Advogada do motorista da van, Giuliana Iudice também afirmou que ele lamenta o falecimento e que irá colaborar com todas as informações para esclarecer o ocorrido. Apontou, ainda, que já está sendo orientado juridicamente sobre suas responsabilidades, que irá buscar informações sobre a real causa morte e buscará de todas as formas auxiliar para que a justiça seja feita.
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