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Justiça decide que PMs réus por forjarem tiroteio com 3 mortes vão a júri popular no AP


Caso aconteceu em 2021, em Santana. Dos mortos, padrasto e enteado não tinham relação com ocorrência. Três policiais serão julgados e outros 3 foram absolvidos. Carro perseguido pela PM perdeu controle
Reprodução
A juiz Diogo de Souza Sobral da 1ª Vara Criminal de Santana decidiu que três, dos 6 policiais militares acusados de envolvimento em um triplo homicídio em 2021 no município, vão a júri popular. Eles são réus por forjarem cena de tiroteio durante acompanhamento tático e morte de dois inocentes, padrasto e enteado, que não estavam envolvidos na ocorrência.
A Justição recebeu em agosto de 2022 a denúncia do Ministério Público do Amapá (MP-AP). O julgamento ainda será marcado pela Justiça estadual.
Os PMs foram indiciados em junho pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, fraude processual e tentativa de homicídio nos acontecimentos que levaram à morte, em 10 de setembro de 2021, de Helkison José do Rosário e Rafael Almeida Ferreira, padrasto e enteado, além do Igor Ramon Cardoso.
Os seis policiais militares chegaram a ser presos, mas conseguiram habeas corpus na Justiça e responderem ao caso em liberdade.
Segundo Cícero Bordalo Júnior, advogado dos réus, os militares estavam atuando contra uma organização criminosa. Bordalo Júnior disse que quando for intimado vai recorrer em favor dos PMs e pedir a anulação do processo em razão de inulidades comprovadas.
“Uma delas é o exame pericial de balística, no qual restou comprovado pelo maior perito do Brasil, professor Tochetto, que o laudo é uma fraude. Eis que no período das datas existentes no laudo de balística, a Politec ainda não possuía os equipamentos adequados para o exame e restou comprovado não existir célula sanguínea nos projéteis de chumbo, que alegam em haver sido retirado dos corpos das vítimas, de locais diferentes”, disse o advogado.
Ainda segundo Bordalo Júnior, não foram verificados os áudios dos faccionados e nem periciados os celulares dos envolvidos no plano de assalto em um residencial, no qual os policiais teriam ido verificar a ocorrência.
O que disse a investigação
Helkison José da Silva do Rosário, de 38 anos, e Rafael Almeida Ferreira, de 19 anos, foram mortos durante confronto
Reprodução
O caso aconteceu na noite de uma sexta-feira no município de Santana. O delegado Victor Crispim, que conduziu o inquérito, apontou que os fatos narrados inicialmente pelos militares, que descreveram tiroteio e fuga dos três mortos, foi forjado.
Crispim, ao falar da conclusão do inquérito em junho, detalhou que a investigação foi toda a apurada com base em perícias, relatos de testemunhas e até em reprodução simulada dos fatos.
O comando da PM informou que os seis foram afastados do serviço operacional e que colaboraram com as investigações. A corporação acrescentou ainda que segue apurando os fatos internamente, através de Inquérito Policial Militar.
Para a Polícia Civil, não há dúvidas de que os PMs alteraram o local da ocorrência, principalmente pelas provas colhidas com câmeras de segurança, que mostram padrasto e enteado saindo do trabalho de bicicleta, quando foram atropelados.
“A alteração da cena do crime foi constatada por perícia. O perito quando chegou ao local do crime, por mais que tivesse isolado, quando foi procurar os vestígios do crime para um dos policiais que participou da ocorrência, esse quis entregar uma arma, ele não recebeu”, descreveu o delegado.
Imagens de câmeras de segurança filmaram padrasto e enteado voltando do trabalho de bicicleta, momentos antes de morrerem
Reprodução
Helkison e Rafael haviam acabado de sair de um mercantil onde o padrasto trabalhava. Em outro ponto de Santana, um veículo era perseguido por duas viaturas do 4º Batalhão da PM.
A suspeita era que três homens, que estavam no carro perseguido, haviam praticado um crime, mas, logo depois, o carro, conduzido por Igor Ramon, atropelou o comerciante e o enteado dele. No carro, estava outro homem, que foi ferido e sobreviveu.
Na sequência, segundo a investigação, os PMs desceram das viaturas e dispararam, matando os dois inocentes. Todas as balas nos corpos deles eram das armas dos militares.
De acordo com o inquérito, os policiais indiciados modificaram a cena da ocorrência, chegando a colocar uma arma debaixo das pernas do comerciante, que não tinha relação nenhuma com a perseguição policial.
“Uma [arma] estava sobre o banco do vídeo e outra arma estava debaixo da perna do Helkison. Eles pensavam [PMs] que os dois estavam dentro do veículo e saíram, mas foram atropelados pelo Igor Ramon, que estava em fuga”, completou o delegado.
A delegacia teve acesso ainda a vídeos gravados por moradores no local e no momento da ocorrência e que apontaram um diálogo entre os policiais militares e as vítimas. Na situação, o comerciante afirmou que era trabalhador e que ainda pediu para não ser atingido.
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