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Contas pendentes da Odebrecht

A revelação da maior rede de corrupção da América Latina através da Operação Lava Jato desencadeou um terremoto político em 2014, quando vieram a público as empresas brasileiras envolvidas em lavagem de dinheiro, suborno e financiamento ilícito de campanhas eleitorais.

A mais famosa delas: A Odebrecht, que distribuiu subornos e pagamentos ilegais desde o Rio Bravo até a Terra do Fogo, provocou outra mudança sísmica ao confessar os seus crimes aos tribunais dos EUA, do Brasil e da Suíça em 2016.

Esta é uma viagem ao coração da Lava Jato, a operação que começou investigando um negócio de lavagem de carros e acabou descobrindo uma operação de lavagem de dinheiro sem precedentes na América Latina. Trata-se de uma jornada para examinar o que aconteceu nos últimos anos e analisar a forma como cada país lidou com o caso de corrupção mais emblemático do continente.

Jornalistas e meios de comunicação social de nove países agrupados na Rede de Reportagem de Investigação Estruturada descobriram que, em todos os casos, as confissões da Odebrecht se revelaram meias-verdades, uma vez que o montante dos pagamentos ilegais a campanhas políticas e dos subornos em troca de contratos era muito superior ao inicialmente admitido pela empresa de construção.

As práticas corruptas da Odebrecht acabaram num espólio de milhões em subornos e contribuições ilícitas que foram parar nas mãos de funcionários e de políticos latino-americanos. No entanto, os governos dessas nações pouco ou nada recuperaram dos fluxos de dinheiro que foram parar nas mãos privadas em detrimento dos cofres públicos.

Os sistemas judiciais de alguns países, como a Argentina, a Venezuela e o México, também não conseguiram obter condenações contra a maioria dos políticos e funcionários que foram indiciados ou acusados de envolvimento na rede de corrupção.

Em todos esses anos, apenas 68 sentenças foram proferidas contra as pessoas envolvidas no esquema de pagamento ilegal fora do Brasil. Uma análise das contas mostra que o País com mais condenações é o Peru, mas há Estados onde nem uma única pessoa foi punida.

Neste exercício de revisão, os jornalistas da Rede Estruturada de Jornalismo de Investigação quantificaram os montantes gastos em campanhas eleitorais, na compra de políticos e nos pagamentos ilegais para ganhar contratos, bem como o grau de colaboração que cada governo solicitou aos seus pares.

As matérias não incluem dados do Uruguai, pois a Odebrecht não realizou ali obras que lhe permitissem subornar funcionários públicos, empresários ou dirigentes políticos, mas foi uma peça fundamental no andaime que a construtora brasileira montou para esconder dinheiro ilícito. O efeito Lava Jato e Odebrecht também se estendeu a outros países, como o Chile, a República Dominicana, a Guatemala e o Paraguai, embora esta investigação se tenha centrado apenas em nove países.

*Este artigo faz parte da série “Viagem ao coração da Odebrecht” da Rede Estruturada de Investigações Jornalísticas, com a participação de jornalistas do La Nación (Argentina), Metrópoles (Brasil), Centro Latino-Americano de Jornalismo Investigativo (Colômbia), El Universo (Equador), Quinto Elemento Lab (México), La Prensa (Panamá), IDL Reporteros (Peru), Sudestada (Uruguai) e Armando.info (Venezuela).

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