Um levantamento produzido pela CNN, baseado em informações do site Investing.com, mostra que as ações de empresas israelenses do setor de tecnologia apresentaram uma queda de até 72% no valor de mercado, somente no mês de outubro.
Os dados são um reflexo da guerra que o país trava com o grupo radical islâmico Hamas, desde o dia 7 de outubro, quando sofreu um ataque terrorista.
Segundo Renato Ochman, presidente da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, hoje, o foco maior está na situação de startups que estavam em processo de abertura de mercado.
“Algumas novas empresas tiveram que suspender as negociações que estavam em andamento. Isso traz dificuldades para essas startups de alta tecnologias e com grande potencial antes de 7 de outubro.”, disse.
No entanto, Ochman explica que aquelas empresas que fizeram captação de recursos no ano passado ou no início de 2023 estão com fôlego e podem, até mesmo, contratar novos funcionários.
Isso porque, como a CNN mostrou, cerca de 360 mil israelenses foram convocados da reserva militar para se apresentarem e lutarem na guerra, sendo grande maioria de jovens entre 25 e 30 anos que trabalhavam no setor tecnológico do país antes do confronto.
Piora só no curto prazo
Ainda segundo os dados do Investing.com, a desvalorização das ações das empresas de tecnologia de Israel, entretanto, não acompanha o desempenho dos papéis ao longo do ano. Uma companhia israelense do setor de semicondutores, por exemplo, viu seus papéis derreterem 23% em outubro, mas no acumulado de 2023, as ações da empresa registram alta de 179%.
Uma outra empresa do setor de energia renovável teve uma queda de 19% nas ações neste mês. Enquanto no acumulado de 2023 as ações da empresa registraram alta de 674%.
Os números corroboram a análise de Devora Mason, diretora de relações com investidores da Jerusalem Venture Partners (JVP), empresa de capital de risco em Israel.
Segundo a especialista, a desvalorização dos papéis é momentânea e a médio e longo prazo, o mercado de tecnologia em Israel seguirá sendo um investimento atrativo.
“Eu diria definitivamente que este é um bom momento para entrar no mercado de tecnologia em Israel como investidor e parceiro estratégico”, afirma Mason.
“Muitas de nossas empresas estão presentes em todo o mundo, com equipes e escritórios no exterior. Estas equipas podem dar-nos muito apoio durante estes períodos e, pelo que ouvi, têm sido muito úteis para compensar parte do tempo de inatividade, especialmente durante a primeira semana ou mais após o início da guerra”, completa a diretora que trabalha em Israel há pelo menos 15 anos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Guerra faz empresas de tecnologia de Israel perderem valor; aposta é que queda será no curto prazo no site CNN Brasil.
