• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Temer: “Acho que não deve haver uso político da Abin”

O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou, nesta terça-feira (30), que “não deve haver uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)”.

“A Abin é uma coisa só. Não pode haver duas”, afirmou em entrevista a jornalistas durante participação do Latin American Investment Conference (LAIC), que completa sua 11ª edição em 2024.

A declaração do ex-presidente acontece um dia após a deflagração de mais uma fase da operação da Polícia Federal, que investiga o suposto uso político da Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para espionagem Ilegal, no que está sendo chamado de “Abin paralela”. Na ocasião, a PF era chefiada pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Um dos alvos da ação foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente.

Questionado se a credibilidade da Abin foi colocada em xeque, Temer disse esperar que não.

No governo, as informações todas eram muito diversificadas. Cada entidade investigativa tinha seu setor de informações. E nós acabamos reunificando essas informações em benefício até do próprio país. Espero que a Abin não saia com descredito que você está apontando

Michel Temer

O software de espionagem, que teria sido usado pela Abin para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores, outros políticos e jornalistas, se chama “First Mile”. O programa israelense foi adquirido durante o governo de Michel Temer. O ex-presidente afirmou que o programa chegou apenas no último mês de sua gestão.

“Realmente as negociações foram feitas durante o meu governo, mas o material chegou em dezembro de 2018, portanto no último mês do meu governo. A acusacão que se faz – entre aspas, né? – é de que foi usada depois do meu governo. Eu não saberia dizer, não tenho os dados, né, mas ela [Abin] é fundamental, porque ela serve de um sistema de informação para o presidente do que tá acontecendo no país”.

Temer reforçou que a agência é importante levar à presidência todas as informações necessárias. “Não pode ser usado incorretamente. Aquilo é um organismo oficial. Tem que ser utilizado para o governo. O governo é que tem que ter informações gerais e não informações individuais, né. Com as informações gerais, poder governar”.

Governos Lula e Bolsonaro

Durante o painel “Construindo o legado de um país“, o ex-presidente teceu comentários sobre os governos de Lula (PT) e Bolsonaro (PL).

Temer disse que, durante o primeiro ano da terceira gestão de Lula, houve “embates”, mas reforçou um clima de otimismo.

Percebo que o primeiro ano do governo Lula foi um momento ainda de muitos embates, né? Embates como se estivessem todos em campanha eleitoral, o que não é bom… Mas eu creio que ao final deste último ano e no começo deste ano, eu percebo que o governo começa a tomar rumo e é uma coisa reiterada no nosso país. Nós já passamos por crises econômicas, sociais, as mais variadas políticas e superamos todas elas. Eu acho que nós vamos superar todo e qualquer esboço de crise que se estabeleça no país e eu acho que isso é que vai acontecer e espero que aconteça com o governo Lula

Michel Temer

Temer ainda elogiou a condução de Fernando Haddad (PT) perante o Ministério da Fazenda e defendeu um teto de gastos.

“Para mim, é uma agradável surpresa… Eu acho que ele faz o possível para manter a integridade das contas públicas. É claro que entro nesse assunto para dizer que você ter um teto para os gastos públicos é fundamental”.

Em relação ao governo de Jair Bolsonaro, o emedebista considerou que “houve alguns equívocos”. Temer citou como exemplo a abordagem do governo Bolsonaro à vacina contra a Covid-19. “Aquele poderia ter sido um grande momento do governo federal. Se o governo federal tivesse dito ‘olha, nós vamos importar as vacinas, nós vamos incentivar a aplicação, nós vamos acompanhar a ciência’ e não acompanhar simplesmente um sentimento político”, disse.

Temer contou que deu “palpites” a Bolsonaro, como não conceder entrevistas pela manhã, em frente ao Palácio da Alvorada, porque o dia ainda estava por vir. “Quando você vai ao embate a todo momento, primeiro você cria um mal-estar no povo brasileiro”.

Mesmo assim, o ex-presidente elogiou a sequência que Bolsonaro deu a propostas de seu governo. “Não posso negar que durante seu governo ele deu sequência às coisas que eu fiz durante o meu governo, não houve uma agressão às reformas que nós fizemos e às medidas todas que tomamos, pelo contrário, sob esse ângulo ele foi bem. Agora sob o ângulo político eleitoral é que faltou um pouco de orientação para dizer: meu caro, assuma isso aí e leve adiante”.

Reforma administrativa

O ex-presidente defendeu, durante entrevista a jornalistas, que há condições de “aprovar uma reforma administrativa imediatamente no Brasil”, se o governo levar a proposta adiante.

“A [reforma] tributária, depois de muito tempo, foi aprovada. Mas, ao lado da trabalhista, da reforma do ensino médio, do teto para os gastos públicos, também é fundamental uma reforma administrativa porque ela envolve o chamado custo Brasil”, disse.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Temer: “Acho que não deve haver uso político da Abin” no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *