A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) criticou a presença de integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na feira nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Para o vice-presidente do grupo, deputado Evair de Melo (PP-ES), o governo “arrancou a ponte com o agro e não tem mais diálogo”.
“É a fotografia que nós precisávamos para poder provar o envolvimento do governo com o MST nessas invasões de terra”, disse o congressista em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada neste domingo (14.mai.2023).
Diferentes integrantes do governo de Lula participaram do evento do MST, no Parque da Água Branca, Zona Oeste de São Paulo. Dentre eles:
- o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin;
- o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira;
- o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França;
- o secretário-executivo da Fazenda e indicado para a diretoria de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo.
Os ministros discursaram, conversaram com feirantes e tiraram fotos com militantes e com o líder do MST, João Pedro Stedile. Em um banner na feira, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) estampou uma propaganda do fubá de milho da marca Campo Vivo.
“O governo dá sinais absolutamente contraditórios e tem vivido uma certa esquizofrenia com o agro. Dá uma no cravo e outra na ferradura, mas vai ter que se definir”, afirma o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vice-presidente da frente da agropecuária na Câmara ao Estadão.
Contexto
Segundo apurou o Poder360, todos os ministros do governo Lula foram convidados para o evento. Na Câmara, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) deve ser instalada para investigar invasões de terras realizadas pelo MST nas próximas semanas.
A expectativa é que a CPI seja instalada junto a outras investigações paralelas da Câmara, como as inconsistências contábeis das Americanas e a manipulação de jogos de futebol no Brasil por causa de apostas esportivas. Será o 4º inquérito parlamentar do qual o MST é alvo.
Em 4 meses do governo Lula, o Brasil registrou 56 invasões realizadas por movimentos sem-terra, segundo o relatório do Observatório da Oposição, produzido pelo PL (Partido Liberal) a partir de dados da FPA (Frente Parlamentar de Agricultura). É uma alta de 143% em relação a 2022.
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