Uma execução na frente de uma creche em Indaial, no Vale do Itajaí, mobilizou forças de segurança nesta segunda-feira (4). Um homem, identificado como Marcos Gama Barroso, de 45 anos, foi morto a tiros por volta das 7h30, na Rua Montevideo, no bairro Tapajós.
Conforme informações da Polícia Militar de Santa Catarina, o homem foi morto após ser alvejado por cerca de 16 disparos de arma de fogo. O crime aconteceu enquanto Marcos e sua esposa deixavam o filho na creche.
No momento do ocorrido, duas pessoas que passavam pelo local, mãe e filha, foram atingidas. A mãe, uma mulher de 48 anos, sofreu um tiro na perna e a criança, de 4 anos, foi atingida de raspão. Ambas foram encaminhadas ao Hospital Beatriz Ramos. A mulher precisou passar por uma cirurgia e está bem, as duas não correm risco de morte.
Câmeras de segurança registraram o momento em que execução acontece
Os suspeitos do crime, segundo a polícia, aproveitaram que a vítima levava o filho todos os dias até o centro de educação para fazer a execução. Nas imagens de câmeras de segurança, foi identificado que os envolvidos aguardaram a mulher e o filho da vítima desembarcarem do automóvel e, na sequência, realizaram os disparos.
No vídeo, ainda é possível visualizar que uma mulher aparece abrindo a porta traseira do veículo. O motorista do carro engata a ré e neste momento, outro veículo para em frente, dois homens descem, abrem a porta do Jeep Renegade e realizam diversos disparos de arma de fogo.
Homem morto a tiros era procurado pela polícia do Amazonas
O homem executado a tiros dentro do próprio carro em Indaial era procurado pela Polícia Civil do Estado do Amazonas. Em maio de 2022, a SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas) divulgou a foto de Marcos e de outros membros de facções criminosas foragidos da Justiça.
Marcos, conhecido como “Marcola”, tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de homicídio e era membro de uma facção criminosa do Estado do Amazonas. Segundo a Polícia Civil, o homem também tinha passagens por tráfico de drogas.
De acordo com o delegado Filipe Martins, que preside o inquérito policial, informações preliminares apontam que o homem estava sendo ameaçado de morte há algum tempo, por ter trocado de organização criminosa, o que teria desagradado o grupo rival. Desde então, ele era perseguido por eles.
Para despistá-los, Marcos, acompanhado da mulher e do filho, decidiu morar em Santa Catarina. Há quatro meses em Indaial, ele também chegou a morar em Navegantes.
Suspeitos do homicídio foram presos em São Paulo
Quatro homens suspeitos de executar Marcos Gama Barroso foram presos nas cidades de Registro e Itapecerica da Serra, ambas do Estado de São Paulo, horas após o crime.
A identificação e prisão dos envolvidos foram realizadas por meio da troca de informações entre as polícias militar de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Polícia Rodoviária Federal.
Após a execução, os policiais identificaram que os criminosos utilizaram um VW T-Cross para a prática do homicídio. Após abandonarem esse veículo, fugiram em outro VW T-Cross, seguindo sentido ao Estado do Paraná, passando pela cidade de Campina Grande do Sul, em direção à São Paulo.
Depois de verificarem que o veículo já havia passado pela Capital paranaense, foram repassadas informações para os policiais da Polícia Militar de São Paulo, que abordou o veículo com os dois ocupantes.
De acordo com a polícia, os abordados assumiram envolvimento na execução, relatando que outros dois envolvidos são de Santa Catarina e que as armas de fogo utilizadas teriam sido abandonadas no interior do primeiro carro utilizado, o qual foi abandono após a execução.
Os veículos utilizados no crime foram alugados pelos suspeitos, que se livraram das armas durante a fuga para São Paulo, segundo a Polícia Civil de Indaial.
Polícia Civil investiga motivação do assassinato em Indaial
Os presos pela execução de Marcos teriam relatado à equipe de São Paulo que o crime foi cometido por vingança, pois a vítima teria assassinado o irmão de um dos suspeitos. Contudo, segundo o delegado Filipe Martins, isso ainda é apenas uma especulação a ser investigada pela corporação.
Ainda conforme o delegado, há a suspeita de que o crime tenha sido cometido por uma recompensa de R$ 100 mil. Filipe ainda relatou que dois dos homens são de alta periculosidade. Eles serão encaminhados para Santa Catarina nos próximos dias e permanecerão presos no Estado, o que vai demandar uma força de segurança maior, por questões de possível resgate.