Doença figura entre as principais causas de morte no país. Especialista fala sobre sintomas, prevenção e tratamento.
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Conhecido popularmente como câncer de intestino, o câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, que estima a ocorrência de mais de 45 mil novos casos no país apenas em 2024. Estatísticas como essas são um dos motivos que levaram à criação da campanha Março Azul que, em seu quarto ano de existência, visa conscientizar a população sobre os sintomas, a prevenção e o tratamento da doença.
O câncer de cólon e reto ocorre quando tumores malignos se formam no intestino grosso da pessoa.
“Esse órgão se divide em 2 partes principais, o cólon, que é o trecho inicial do intestino, e o reto, que seria a porção final”, explica a Dra. Ana Carolina Parra, que é coloproctologista do Instituto Hélder Polido, centro de referência em saúde em São Carlos.
Segundo a especialista, a maior parte desses tumores surge a partir de pólipos adenomatosos, que são pequenas lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino. Dependendo de como elas evoluem, pode ocorrer uma mutação genética, transformando-as em tumores malignos e causando problemas.
Dra. Ana Carolina Parra é coloproctologista no Instituto Hélder Polido, em São Carlos
Sintomas e diagnóstico
Alguns dos sintomas mais comuns relacionados ao câncer de intestino são dores abdominais, mudanças nos hábitos intestinais, sangramento na fezes, aumento do desejo de evacuar ou sensação de que o intestino não se esvaziou completamente após ir ao banheiro.
Mas Dra. Ana Carolina alerta: “Como em qualquer outro tipo de câncer, o ideal é descobrir sua existência antes que os sintomas estejam instalados e comecem a causar problemas. Por isso, os exames preventivos são fundamentais”, destaca.
A existência de pólipos no intestino é identificada por meio de exames como a colonoscopia. Esse procedimento também pode remover os pólipos e, dessa forma, realizar o exame é considerado a principal forma de prevenir e evitar a ocorrência do câncer colorretal. Além da colonoscopia, a pesquisa de sangue oculto nas fezes também pode detectar problemas que merecem atenção.
“Para quem não apresenta fatores de risco ou predisposições, a colonoscopia é recomendada a partir de 45 anos de idade, uma faixa etária em que a doença se torna mais prevalente na população em geral”, orienta a profissional. Mas muitas pessoas, por falta de informação ou por não se sentirem confortáveis com o exame, acabam desconsiderando essa recomendação. Dra. Ana Carolina destaca ainda que “as pessoas com histórico familiar de câncer no intestino necessitam obrigatoriamente realizar a colonoscopia o quanto antes”
Especialista em Coloproctologia pela USP, Dra. Ana Carolina admite que a colonoscopia pode ser um procedimento um pouco invasivo, mas faz questão de reafirmar sua importância para a prevenção e tratamento da doença.
“O exame exige um preparo intestinal prévio, e envolve sedação, e isso afasta alguns pacientes. Mas ele é essencial para detectar e remover pólipos e tumores iniciais, bem como para coletar material que servirá de base para o estudo anatomopatológico, orientando qual é o tratamento mais indicado para cada pessoa”,
Tratamento
Idealmente, se descobertos em estágio inicial, os tumores malignos podem ser eliminados pela própria colonoscopia. Por isso esse exame é tão importante.
“Quando o câncer colorretal é descoberto em fase inicial, a imensa maioria dos pacientes é curada completamente”, celebra Dra. Ana Carolina.
Infelizmente, 85% dos casos de câncer de intestino são diagnosticados em fase avançada, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia – SBCP. Nesses casos, o tratamento costuma envolver protocolos indicados para outros tipos de câncer, como cirurgia para retirada do tumor e sessões de quimioterapia e radioterapia, conforme o caso de cada paciente. A especialista pontua que, em muitos casos, o procedimento envolve um tipo de cirurgia minimamente invasiva, realizada com a técnica da videolaparoscopia.
Dra. Ana Carolina enfatiza a importância da prevenção como forma de combate ao câncer colorretal
E como prevenir?
Além de estar com os exames em dia, adotar um estilo de vida mais saudável também pode reduzir as chances de câncer colorretal. Segundo a especialista do Instituto Hélder Polido, os hábitos alimentares são importantes aliados na prevenção.
“Aumentar o consumo de fibras e vegetais e reduzir a ingestão de carne vermelha e alimentos processados é altamente recomendado. Além disso, cortar o cigarro, evitar o excesso de álcool e manter o peso em dia, praticando atividades físicas, também é importante”, orienta Dra. Ana Carolina.
A coloproctologista lembra que pessoas com doenças inflamatórias intestinais, como Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn, também devem redobrar a atenção e manter uma rotina de exames, pois fazem parte do grupo de risco.
Campanha ilumina monumentos
No intuito de chamar a atenção da população e ampliar sua visibilidade, a campanha Março Azul vem iluminando de azul monumentos em vários estados brasileiros ao longo do mês. A ideia é destacar a luta contra o câncer de intestino e incentivar os brasileiros a adotar medidas preventivas.
Neste ano, o slogan da campanha é “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do câncer de intestino”. Segundo a SBCP, é uma mensagem clara sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, sublinhando a relação de confiança entre médico e paciente como fundamental para a detecção eficaz da doença.
Dra. Ana Carolina concorda, e ressalta que no Instituto Hélder Polido, essa conexão entre médico e paciente é estimulada. O IHP pratica a chamada Medicina Integrativa, um conceito que enxerga o ser humano como um todo, sendo acolhido por médicos de especialidades diferentes, e coloca o paciente em primeiro lugar no processo de tratamento.
“A Medicina Integrativa enxerga o paciente como protagonista do seu tratamento, e isso envolve um acolhimento humanizado e uma relação de parceria, que leva a resultados melhores. No caso específico da prevenção e tratamento do câncer de intestino, esse tipo de abordagem é ainda mais importante”, conclui a especialista.
CRM 134744-SP – RQE 56451
Serviço
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