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FIESC quer motivar jovens a trabalhar na indústria

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina está preocupada com o baixo interesse dos jovens em trabalhar nas indústrias. Há uma campanha publicitária no ar, com o objetivo de convencer os jovens a procurarem emprego nas empresas industriais. Nesta entrevista, o presidente da federação, Mario Cezar de Aguiar fala deste e de outros temas relevantes, como qualidade do ensino, crescimento da economia.

A FIESC relançou a campanha para que os trabalhadores se interessem mais em trabalhar nas indústrias. Por que os jovens não querem trabalhar nas empresas industriais?

Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do Brasil. Nesse cenário, a oferta de vagas em todos os setores permite ao trabalhador escolher o emprego. A dificuldade de mão-de-obra não é apenas da indústria; e sim, um reflexo do pleno emprego.

Além disso, há um certo desconhecimento sobre como é o trabalho na indústria nos dias de hoje. O objetivo do nosso movimento é justamente mudar essa percepção.

Estamos mostrando que o setor permite construir uma carreira de longo, com possibilidades que os jovens não imaginam.

O senhor pode explicar?

A indústria lidera a inovação, criando postos de trabalho em que as tecnologias mais modernas são aplicadas. Um profissional pode experimentar “diferentes profissões” dentro da mesma empresa.

Numa indústria é possível passar da produção para a pesquisa, para o marketing, para a gestão. E em cada uma dessas áreas é possível ascender na carreira.

Estamos em pleno emprego. Nessa situação, a solução é buscar gente no Norte, Nordeste, Centro-oeste do país para trabalhar em Santa Catarina?

A chegada de pessoas de outros lugares é natural, decorrente do crescimento da nossa economia, que tem na indústria um dos seus principais propulsores. A forte atividade econômica gera oportunidades de trabalho e elas atraem pessoas para Santa Catarina.

O Estado tem na qualidade de vida um dos seus diferenciais.

Há números a demonstrar isso…

Os dados do último Censo confirmam: enquanto o crescimento populacional do Brasil desacelerou no intervalo entre 2010 e 2022, em Santa Catarina a taxa de crescimento populacional foi 3,3 vezes maior do que a média nacional. Ao mesmo tempo, nossa economia cresceu quatro vezes mais rápido, ofertando emprego e atraindo novos moradores.

Em números absolutos, SC também se destacou: há 1,3 milhão de moradores a mais do que em 2010. Só São Paulo cresceu mais.

Estrangeiros também tem vindo para cá.

Também em função das oportunidades que gera, somos destino de um quinto dos estrangeiros que trabalham no Brasil. São 37 mil e seiscentos imigrantes trabalhando no Estado, de acordo com o Observatório das Migrações Internacionais.

Novamente, só no Estado de São Paulo há mais imigrantes. Isso prova que somos um dos estados mais acolhedores do país.

Sempre houve grande defasagem entre o que as escolas ensinam e o que as empresas precisam. Nos últimos anos essa diferença aumentou? Qual é a solução para além do Senai?

A educação técnica e tecnológica é fundamental. Assim como o investimento das indústrias em treinamento. O Senai está cada vez mais próximo da indústria para oferecer as melhores qualificações, de acordo com as demandas do setor industrial, que o mantém.

Qual papel cumpre a educação básica?

Este é um ponto importante. É preciso melhorar, também, a educação básica e investir em metodologias que ajudem a preparar os profissionais do futuro para liderar os processos de transição da indústria, pensando na descarbonização e na transformação digital.

Precisamos dar ênfase ao ensino de matemática rumo a uma formação de melhor qualidade de técnicos, engenheiros, designers, programadores, cientistas.

O Sesi já implementou tecnologia de ensino diferenciada…

O aprendizado deve favorecer situações que permite ao aluno colocar a mão na massa. Nas escolas do Sesi, em Santa Catarina, temos implantado a tecnologia STEAM (ciência, tecnologia, artes e matemática), com salas de aula colaborativas e tecnológicas.

Quais os resultados obtidos?

Os resultados já apareceram no Sistema de Avaliação de Educação Básica, o SAEB. Na rede pública, 53% dos alunos do quinto ano do ensino fundamental contam com uma aprendizagem adequada de matemática. Na rede do Sesi esse número é próximo de 90%.

No ensino médio, a diferença é ainda maior: 7% no terceiro ano na rede pública contra 51,5% nas escolas do Sesi.

Chegamos ao fim do primeiro trimestre do ano. Como a Fiesc avalia o cenário dos negócios e qual projeção faz para o ano de 2024?

Ainda não temos a consolidação de indicadores importantes para uma análise trimestral. Os números de janeiro mostram dados positivos na geração de empregos. Santa Catarina foi destaque, com criação de 26,2 mil empregos formais. A produção industrial cresceu 6,3% em janeiro.

Setorialmente, qual é a percepção

Os dados mostram que setores de bens de consumo duráveis, como máquinas e equipamentos, estão reagindo ao recuo gradual da taxa de juros e de seus efeitos sobre o crédito.

Também temos visto setores que sofrem impacto positivo do aumento do nível do consumo das famílias, sustentando altas na produção. É o caso do setor de alimentos e embalagens plásticas.

No entanto, setores relevantes para a economia do Estado ainda enfrentam dificuldades. É o caso do têxtil e vestuário.

Prudente esperar a divulgação dos indicadores ao longo do mês de abril, consolidando os números do primeiro trimestre, para uma avaliação mais precisa para o ano.


Foto: Fabrício Almeida/Foto Arte e Imagem

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