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31/3 – Dia da Saúde e da Nutrição

 

Conscientizar a população sobre a importância da nutrição e da sua íntima relação com a saúde é o objetivo principal do Dia da Saúde e da Nutrição, comemorado em 31 de março no Brasil. É, ainda, uma oportunidade para debater e avaliar práticas nutricionais e a relevância de políticas públicas realistas e preventivas, tais como a redução de sal e de açúcar no consumo doméstico e mudanças na rotulagem dos alimentos.

Ter uma alimentação completa e equilibrada, ou seja, com todos os grupos de nutrientes é essencial para a prevenção de doenças (por exemplo: hipertensão, diabetes, obesidade, alguns tipos de câncer, e outras) e, consequentemente, para a manutenção da saúde.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2020) apontam que mais da metade dos adultos estão com excesso de peso (60,3%) e 25,9% da população tem obesidade. São, portanto, números que merecem atenção, pois envolvem a relação dos indivíduos com a alimentação.

Alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, por meio da “Estratégia Global sobre Alimentação, Atividade Física e Saúde” (documento em inglês), que os governos formulem e atualizem periodicamente diretrizes nacionais sobre alimentação e nutrição, levando em conta mudanças nos hábitos alimentares e nas condições de saúde da população e o progresso no conhecimento científico. Essas diretrizes têm como propósito apoiar a educação alimentar e nutricional e subsidiar políticas e programas nacionais de alimentação e nutrição.

Nesse sentido, desde outubro de 2022 está em vigor o novo padrão de rotulagem de alimentos e bebidas industrializadas aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir de agora, as embalagens devem apresentar um selo frontal com símbolo de lupa para informar sobre altos teores de açúcar, gordura e sódio. A mudança atinge principalmente os alimentos processados e ultraprocessados.

A rotulagem frontal, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), é uma das principais ferramentas políticas para regular os produtos ultraprocessados e evitar o consumo excessivo de ingredientes que fazem mal à saúde.

No escopo das ações do governo brasileiro para a promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional, o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar para a População Brasileira – Promovendo a Alimentação Saudável, com as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. O Guia se constituiu em um marco de referência para indivíduos e famílias, governos e profissionais de saúde sobre a promoção da alimentação adequada e saudável.

A diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável compreende um conjunto de estratégias que objetivam proporcionar aos indivíduos e coletividades a realização de práticas alimentares apropriadas. Essa diretriz também é uma prioridade na Política Nacional de Promoção da Saúde e, como tal, deve ser implementada pelos gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde em parceria com atores de outros setores, privilegiando a participação popular.

A Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional instituiu o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, por meio do qual o poder público, com a participação da sociedade civil organizada, formula e implementa políticas, planos, programas e ações com vistas a assegurar o direito humano à alimentação adequada e saudável, ou seja, o direito de cada pessoa ter acesso físico e econômico, ininterruptamente, à alimentação adequada e saudável ou aos meios para obtê-la, sem comprometer os recursos para assegurar outros direitos fundamentais, como saúde e educação.

Em 2023, foi reinstalado o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão de assessoramento da Presidência da República e de participação social que atua na formulação, no monitoramento e na avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, responsável por retomar e atualizar a agenda de enfrentamento à fome e à insegurança alimentar em um cenário preocupante: segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), em 2022, cerca de 33,1 milhões de brasileiros não tinham suas necessidades alimentares básicas atendidas, ou seja, passavam fome, e seis em cada dez brasileiros (58,7% da população) conviviam com algum grau de insegurança alimentar.

 

Para uma boa nutrição é necessário ter uma dieta regular e equilibrada, que forneça a quantidade e a variedade adequadas de nutrientes para o organismo. Nesse sentido, o Guia Alimentar para a População Brasileira se constitui como instrumento para apoiar e incentivar práticas alimentares saudáveis, no âmbito individual e coletivo, bem como para subsidiar políticas, programas e ações que visem a incentivar, apoiar, proteger e promover a saúde e a segurança alimentar e nutricional da população.

Categorias de alimentos:

– In natura são os alimentos obtidos diretamente de plantas (como folhas e frutos) e animais (como ovos e leite) e adquiridos para o consumo sem que tenham passado por qualquer tipo de alteração depois de saírem da natureza;

– Minimamente processados são os alimentos in natura que passaram por alterações mínimas, como grãos secos polidos e empacotados ou moídos na forma de farinha, raízes ou tubérculos lavados, carnes resfriadas ou congeladas e leite pasteurizado;

– Alimentos processados são os produtos fabricados com adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos, sardinha ou atum enlatados.

– Alimentos ultraprocessados não são propriamente alimentos, mas sim formulações de substâncias derivadas de alimentos, frequentemente modificadas quimicamente e de uso exclusivamente industrial, contendo pouco ou nenhum alimento inteiro e tipicamente adicionadas de corantes, aromatizantes, emulsificantes e outros aditivos cosméticos para que se tornem palatáveis ou hiperpalatáveis (refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos, barras de cereais, macarrão instantâneo, sopas de pacote, sorvetes e refeições congeladas prontas para consumo).

O Guia elenca 10 atitudes simples a serem adotadas no dia a dia que podem fazer grande diferença na maneira de se nutrir, com reflexos na saúde:

  • Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação;
  • Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
  • Limitar o consumo de alimentos processados;
  • Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados;
  • Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
  • Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
  • Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
  • Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. Planejar as compras de alimentos, organizar a despensa doméstica e definir com antecedência o cardápio da semana. Dividir com os membros da família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições. Fazer da preparação de refeições e do ato de comer momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavaliar como tem usado o tempo e identificar quais atividades poderiam ceder espaço para a alimentação;
  • Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora;
  • Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais e redes sociais.

Abaixo, outras dicas e atitudes que podem fazer a diferença na alimentação e que estão diretamente relacionadas à saúde:

– Evitar o consumo de alimentos ricos em calorias e industrializados, gordurosos e salgados;
– Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões;
– Beber bastante água;
– Reduzir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro;
– Fazer exames preventivos e consultar sempre o médico;
– Fazer exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana, após avaliação médica;
– Dormir pelo menos 8h num período de 24h.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Hospital Risoleta Tolentino Neves – Belo Horizonte (MG)
Sociedade Brasileira de Diabetes
Universidade Maurício de Nassau (UNINASSAU)

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