A Marfrig (MRFG3) destacou os preços internacionais da carne vêm se recuperando desde a retomada das importações chinesas do produto, após um período de embargo por problemas sanitários. “Obviamente tem um delay. A gente estima que a partir de junho a demanda vai vir forte e os preços também” disse Rui Mendonça, CEO da operação América do Sul da Marfrig, durante teleconferência com analistas e investidores nesta terça-feira (16).
“Estamos bastante otimistas por uma recuperação de preços fortes na China”, completou. Segundo ele, a China e Hong Kong continuam sendo os principais destinos nas exportações da Marfrig, representando cerca de 63% das vendas internacionais da operação da América do Sul no 1T23.
Mesmo com a região asiática permanecendo com a mais importante de carne da companhia, ele disse que a Marfrig tem focado em aumentar as habilitações de suas unidades para outros mercados, “com objetivo de capturar sempre as melhores oportunidades comerciais”. “Nos últimos seis meses conseguimos novas habilitações para mercados como Canadá, Cingapura, Indonésia, Malásia e México.”
As ações do Marfrig (MRFG3) caíram 5,9%, no pregão desta terça-feira (16), após a divulgação dos resultados, quando a empresa apontou reversão de lucro em prejuízo de R$ 634 milhões no primeiro trimestre.
Marfrig na BRF
Marcos Molina, presidente do conselho da Marfrig (MRFG3, aproveitou a teleconferência de apresentação dos resultados do 1T23 da companhia, para comentar sobre a gestão da BRF (BRFS3). Atualmente, a Marfrig detém 33,27% das ações da BRF e é o seu principal acionista.
“Em primeiro lugar, estamos muito satisfeitos com o investimento na BRF, apesar de ter pegado um ano desafiador em 2022 e nesse primeiro trimestre. A gente pegou aumento de custo de frete, aumento de custo de grão, guerra (Rússia-Ucrânia), seca, custo de energia”, comentou o fundador da Mafrig.
“Você pega 2023 um cenário com custo de energia baixando, custo de grão baixando. Uma tendência de melhora de exportação”, acrescenta. Molina destacou as mudanças feitas no alto escalão da diretoria que, segundo ele, “hoje tem uma equipe muito bem preparada para tocar a BRF”.
O executivo disse ainda que os resultados da BRF no 1T23 indicam um “cenário satisfatório” em relação ao resto do setor. “Tenho plena convicção que o investimento a gente não se arrepende e foi muito bem feito”, afirmou.
As ações da BRF, por sua vez, sofreram perdas ainda maiores na sessão desta terça-feira, de 9%, após um 1º trimestre abaixo do esperado, mesmo que os custos tenham sido um ponto positivo.
Trabalhando juntas
Marcos Molina explicou que a Marfrig tem trabalhado junto com a BRF na frente internacional com alguns clientes. “Tenho certeza hoje que Marfrig e mais BRF elas se somam e complementam, trazendo valor para as duas companhias”, disse.
“Acho que tem cenário de futuro com as duas empresas trabalhando juntas. Investimento da Marfrig foi estratégico e é de longo prazo e vai agregar valor para as ambas companhias”, ressaltou.
O presidente disse que caminham as habilitações de frigoríficos da BRF para vender ao exterior. Segundo ele, cinco plantas da BRF que estavam suspensas pela China, quatro delas já regularizaram a situação.
Também comentou que a BRF está próxima de voltar a exportar para a Inglaterra e a União Europeia nesse ano em um trabalho conjunto com a Marfrig.
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