• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

    Social - Repositório

Nelson Barbosa rebate BC em novo capítulo de atritos do governo com Campos Neto

O diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, evidenciou o incômodo da instituição com a comunicação do Banco Central sobre os supostos riscos derivados de “políticas parafiscais expansionistas” e abriu mais um capítulo da crise do governo com a autoridade monetária comandada por Campos Neto.

Barbosa foi enfático em sua fala sobre o tema, destacando que o aumento recente que houve no crédito direcionado no país foi em grande medida em taxas livres, ou seja, sem subsídios. Ou seja, não haveria motivos para a inquietação que o BC começou a levantar em suas comunicações mais recentes.

Além disso, ele salientou que, apesar da velocidade maior do crédito direcionado nos últimos 12 meses (ou seja, incluindo governo Bolsonaro), ela se deu em um universo de apenas 11,2% do fluxo das novas concessões e que o BNDES representou apenas 1,4% dos novos desembolsos. “Não é um volume relevante a ponto de ameaçar a política monetária”, disse o diretor, que já foi ministro da Fazenda e do Planejamento em 2015/16.

Barbosa também usou de ironia para falar do tema, usando uma expressão cara ao Banco Central quando fala de política fiscal. “Não há relação mecânica entre o crédito direcionado e a taxa Selic”, salientou o diretor. Ele reconheceu que é natural alguma preocupação por parte do BC com base no que ocorreu no passado, mas enfatizou que é preciso dar um voto de confiança, pois o BNDES não quer voltar ao passado, não tem defendido subsídios sem limites, ao contrário, esses seriam muito pequenos e concentrados em operações específicas com potencial de alto retorno.

As falas de Barbosa foram feitas em entrevista coletiva sobre o resultado do BNDES no primeiro trimestre. O banco, presidido por Aloizio Mercadante (que não participou da coletiva por estar afônico), teve lucro de R$ 4 bilhões nos três primeiros meses do ano, queda de 28,4% sobre igual período do ano passado.

O diretor financeiro da instituição, Alexandre Abreu, disse que o recuo do resultado em grande medida se deu por conta da devolução de R$ 45 bilhões de recursos ao Tesouro Nacional, que elevou o custo de captação da instituição, além de outros fatores de natureza não recorrente. Os desembolsos do banco no período subiram quase 30%, na comparação com o primeiro trimestre.

Ele apontou que há um claro aumento da demanda pelo banco, evidenciado pela disparada nas consultas, que somaram R$ 51,7 bilhões no período. Abreu projeta que nesse ano os desembolsos podem chegar a R$ 100 bilhões, em torno de 1% do PIB, ou seja, praticamente igual o ano passado.

Para chegar aos 2% do PIB prometidos até o fim do governo, o BNDES precisa de mais fontes de recursos, explicam Barbosa e Abreu. Nesse sentido, eles disseram que conseguiram a concordância da Fazenda em reduzir o pagamento de dividendos para o mínimo de 25% (era 60% antes) do lucro e negociam outras medidas, como a postergação da devolução de R$ 23 bilhões para o Tesouro que estava prevista para este ano, além de melhorar fontes de captação de recursos, como TLP e a criação da LCD.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *