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Em ‘No Rastro de Catarina’, Cátia de França percorre a própria história: ‘tenho que fazer o que tenho que fazer rápido, enquanto estou lúcida’


Aos 77 anos de vida e meio século de carreira, novo disco da cantora e compositora paraibana traz desde uma música sobre a política atual até um poema escrito por ela aos 14 anos. Cátia de França lança “No Rastro de Catarina”
Murilo Alvesso/Divulgação
Cátia de França lança seu novo disco “No Rastro de Catarina” nas plataformas digitais nesta sexta-feira (19). O álbum traz desde uma música sobre a política recente até uma canção feita a partir de um poema que ela escreveu aos 14 anos.
Catarina Maria de França Carneiro convida o público a percorrer o caminho de seus 77 anos de vida e meio século de carreira, em uma obra completa que expõe a poética e sonoridade múltipla da cantora e compositora paraibana.
“Estou com 77 anos, tenho que fazer o que eu tenho que fazer rápido, enquanto eu estou lúcida”, brinca ela ao falar sobre sua missão, legado e desejos.
Ontem e hoje
A faixa que dá nome ao disco é um jogo de palavras a partir do trecho “No Raso da Catarina/ O que vejo é nossa sina/ Enxergo a caatinga/ Branco hospital”, presente na canção autoral ‘Quem Vai, Quem Vem’, do disco ‘20 Palavras ao redor do Sol’ (1979).
Além da referência ao disco de 1979, o mais famoso de sua carreira, Cátia de França resgata memórias de infância e adolescência, como “Veias Abertas”, sobre o seu pai, e “Indecisão”, canção feita a partir de um poema escrito pela artista aos 14 anos e que, segundo Cátia, expressa “uma dorzinha de cotovelo’. Já “Fênix”, música que abre o álbum, é um manifesto sobre si mesma e de seu regresso depois do apagamento.
No trajeto, a cantora e compositora também retrata o presente, como em “Resposta”, em parceria com a também paraibana Socorro Lira. “Eu estou me expondo”, diz Cátia de França enquanto discorre sobre as músicas do disco que foi gravado em sua terra natal, João Pessoa, com uma equipe de músicos paraibanos.
Faixas como ‘Espelho de Oloxá’, ‘Bósnia’ e ‘Negritude’ abordam entre outras temáticas sua veia política e a identidade negra, além da forte característica da referência literária em sua arte (a faixa ‘Eu’, por exemplo, traz um poema da portuguesa Florbela Espanca), apresentando canções que, como crônicas, contam o mundo através das lentes da compositora. Entre as doze canções estão parcerias com Khrystal, Regina Limeira e Socorro Lira.
Gravação ao vivo
“No Rastro de Catarina” foi gravado de uma forma em que Cátia de França pudesse se sentir o mais confortável possível.
“A Dina (produtora de Cátia de França) percebeu que eu no aquário com toda aquela condução de gravar muito futurista, muito cirúrgica, entendeu ‘não, vamos colocar Cátia como é nos ensaios’. Porque eu ensaio parecendo que já tenho plateia, entende? Pega eu mais esfuziante”.
Lançamento em vinil
Ao vivo, pessoalmente, perto, físico: Cátia é dos abraços, apertos de mão e olhos nos olhos. As letras do novo disco, ela carrega em um caderno. Disco este que será lançado nas plataformas digitais, mas também em LP. A versão em vinil está prevista para ser lançada no segundo semestre de 2024.
“O povo tem saudade disso, desse contato físico, porque não pode ficar eternamente essa coisa muito na nuvem”.
Ainda sobre atualidade, presente, passado e futuro, Cátia de França enxerga a música como uma missão. Assim justifica o fato de não lançar um disco atrás do outro. O mais recente, “Hóspede da Natureza”, lançado em 2016. Antes, veio “Avatar”, em 2014, 24 anos depois de seu segundo disco, o “Estilhaços”.
“É uma missão, Deus me deu isso, senão todo dia eu tava fazendo um ‘Coito das Araras’, uma música ali que todo mundo canta, ‘Estilhaços’, ‘20 palavras’, não… é uma missão”.
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