Partidos políticos no Brasil raramente merecem esse nome.
Em sua maioria, são ajuntamentos privados cuja principal razão de existência é aproximar-se o mais possível dos cofres públicos e da máquina estatal, da qual se apropriam de pedaços que transformam em ferramentas na defesa de seus interesses – e não estou falando de corrupção.
Esse conjunto de organizações acaba de encaminhar mais uma legislação em causa própria, que consiste numa anistia por não respeitar regras como cotas.
Seria a quarta anistia que torna leis e regras para partidos algo que, bom, só vale enquanto os próprios partidos acham que vale.
O maior problema envolvido nessa questão é a enorme abrangência.
Todos nós assumimos que a reforma política seria a mãe de todas as reformas, que levaria a reforma do sistema proporcional de votação – que garante a desproporção – e do próprio sistema político – talvez até de governo.
Mas é impossível acreditar que desses partidos saia a mãe de todas as reformas. Eles defendem é o deles.
Este conteúdo foi originalmente publicado em William Waack: Partidos só defendem o deles no site CNN Brasil.