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Rússia anuncia acordo com a Ucrânia para troca de 48 crianças deslocadas pela guerra

A comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova, ao lado de crianças ucranianas na embaixada da Rússia no Catar, 19 de fevereiro de 2024Alexander Nemenov

Alexander Nemenov

A comissária russa para a infância, Maria Lvova-Belova, anunciou nesta quarta-feira (24) um acordo com a Ucrânia, mediado pelo Catar, para a troca de 48 crianças deslocadas pela guerra, embora o pacto não tenha sido confirmado pela delegação de Kiev.

Ao todo, “29 crianças retornarão à Ucrânia e 19 à Rússia”, declarou a responsável russa em Doha, sem dar mais detalhes sobre as crianças envolvidas.

Assim como o presidente russo, Vladimir Putin, Lvova-Belova é alvo de um mandado de prisão desde 2023 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por deportar milhares de crianças ucranianas para a Rússia.

No entanto, também em Doha, o comissário de direitos humanos do Parlamento ucraniano, Dmitro Lubinets, disse à AFP que não podia confirmar essa informação.

As autoridades russas e ucranianas “não tiveram nenhum contato direto sobre este assunto”, declarou.

O Catar tem ajudado desde julho de 2023 a repatriar dezenas de crianças ucranianas que haviam sido transferidas para a Rússia e para os territórios ocupados desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, declarou que 16 crianças ucranianas “foram libertadas e devolvidas às famílias” no Catar.

Kiev estima que pelo menos 20 mil menores ucranianos foram deportados para a Rússia das zonas ocupadas em dois anos, mas o total pode ser muito maior, pois esse número inclui apenas as crianças oficialmente identificadas.

Quase 400 delas foram repatriadas pelas autoridades ucranianas.

Em março, quatro crianças ucranianas foram repatriadas da Rússia, também com a mediação do Catar, após outra operação semelhante em fevereiro que envolveu 11 menores.

O TPI emitiu em março de 2023 um mandado de prisão contra Putin e Lvova-Belova por sua implicação direta na “deportação” de crianças ucranianas para a Rússia desde fevereiro de 2022.

A Rússia nega as acusações e afirma que protege as crianças dos combates. Também diz estar disposta a entregá-las às suas famílias na Ucrânia, se assim o desejarem.

As autoridades russas também explicaram que implementaram um programa especial para receber essas crianças, algumas das quais são enviadas para acampamentos onde se enfatiza a educação patriótica.

Embora a Rússia não seja membro do TPI, Putin tem suas viagens internacionais limitadas por essa ameaça de prisão no exterior.

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