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Cândido Aragonez de Faria: um sergipano nos primórdios do cinema

Diego Leonardo Santana Silva

Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Educação e Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe

Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

E-mail: [email protected]

 

Cartaz para o filme Un drame à Venise, 1906, da Pathé Frères. Imagem retirada de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cândido_Aragonez_de_Faria_-_Un_drame_à_Venise,_1906.jpg

 

O século XIX foi uma época de criações dentre as quais a invenção do cinema foi uma das mais significativas. A iniciativa que teve como um de seus marcos a apresentação dos irmãos Auguste e Louis Lumière em dezembro de 1895 deu início a uma atividade cultural e comercial que perduraria para séculos.

O uso desse recurso abriu uma série de possibilidades e o cinema se tornou uma das maiores expressões artísticas da humanidade. Por meio das câmeras podemos arquivar e transmitir uma realidade percebida e interpretada por aquele que cria um filme. O que hoje pode parecer comum para nós foi algo transformador para aqueles que presenciaram o surgimento daquela que seria conhecida como a sétima arte. O cinema trouxe fascínio e décadas depois ele havia se difundido por vários países dando origem a uma indústria. Para além do entretenimento e da arte, os filmes também se tornaram instrumentos de propaganda político-ideológica devido a sua capacidade de transmitir mensagens de maneira direta, simples e envolvente.

Não havia lugar melhor no mundo para isso surgir de que a Paris da Belle Époque.  A cidade luz se tornou um símbolo daquela época que teve seu apogeu na virada do século XIX para o século XX. Intelectuais, cientistas, artistas e outras personalidades viviam em Paris. Muitos copiavam o modelo de cidade parisiense como podemos ver na herança arquitetônica do centro de Aracaju.

Em meio a isso, durante a ascensão do cinema, encontramos um sergipano, Cândido Aragonez de Faria (1849-1911). Nascido em Laranjeiras, ele teve uma vida cosmopolita. Viveu no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e em Buenos Aires até radicar-se em Paris. Destacou-se como artista plástico, chargista e cartunista. Enquanto esteve no Brasil, publicou em periódicos como O Mosquito e O Mequetrefe. Suas charges e caricaturas ilustram até hoje os livros de história e servem para visualizar uma crítica política nos tempos do Império. Na capital francesa, Cândido Aragonez de Faria emprestou seu talento para a divulgação da sétima arte produzindo mais de 300 cartazes que ajudaram na divulgação de filmes. Entre os quais temos o cartaz de Les victimes de l’alcoolisme, de 1902, um dos primeiros da história do cinema.

A ascensão do cinema mudou para sempre a humanidade e um sergipano teve papel nisso. Em nossa contemporaneidade, Sergipe conta com pesquisadores como Andreza Maynard e Liliane Andrade que se dedicam a estudar as salas de cinema aracajuanas durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto uns estudam e relembram do passado, outros atuam no presente. O cinema sergipano conta com entusiastas que produzem expressões culturais atualmente como o documentário itabaianense Ita Pedra Baiana Bonita que conta a história da famosa feira de Itabaiana. O entusiasmo não para por aí. Entre os dias 30 de abril e 5 de maio de 2024, Itabaiana realizará seu Festival Internacional de Cinema contando com produções sergipanas, nacionais e internacionais de mais de 20 países. O cinema vive e transpira em Sergipe no passado e no presente.

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