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Autoridade do Hamas diz à CNN que grupo pode se desarmar por criação de Estado palestino

Algumas autoridades do Hamas sinalizam que o grupo pode desistir da luta armada contra Israel se os palestinos conseguirem um Estado independente nos territórios capturados por Israel na guerra de 1967.

A mensagem sugere um abrandamento da posição do Hamas, uma vez que seu destino está em xeque com a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, território governado pelo grupo armado antes da guerra. Eles lutam há muito tempo pela destruição do Estado judeu.

Basem Naim, membro do gabinete político do Hamas baseado em Istambul, disse à CNN nesta quinta-feira (25) que o grupo concordaria em se desarmar se um Estado palestino independente fosse estabelecido.

“Se um Estado independente com capital em Jerusalém, preservando o direito de regresso dos refugiados, [for criado], o Al Qassam [braço armado do Hamas] poderá ser integrado num [futuro] Exército nacional”, destacou.

Israel capturou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza na guerra de 1967. Esses territórios são considerados ocupados pelo direito internacional e pela maior parte da comunidade internacional, e é onde os palestinos pretendem estabelecer um futuro Estado.

O Hamas tem rejeitado a solução de dois Estados, que estabeleceria um Estado palestino ao lado de Israel. Em vez disso, defendeu a criação de um país em toda a Palestina histórica, que hoje abrange Israel, a Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental ocupada e a Faixa de Gaza.

Mustafa Barghouti, presidente da Iniciativa Nacional Palestina, pontuou que não tinha conhecimento da oferta do Hamas para depor as armas antes, mas afirmou que seria uma medida significativa se for verdade.

“É significativo no sentido de que os palestinos estão resistindo à ocupação, porque há uma ocupação. Se a ocupação não existe, eles não precisam resistir”, destacou à CNN, se referindo ao controle militar de Israel sobre territórios capturados em 1967, onde vivem milhões de palestinos.

Oferta criticada como golpe de relações públicas

Efraim Inbar, presidente do Instituto de Estratégia e Segurança de Jerusalém, disse que a exigência do retorno dos refugiados palestinos às suas “casas ancestrais” no que é hoje Israel seria um fracasso, pois equivaleria à “destruição do Estado de Israel”, onde os judeus formam a maioria.

Ele classificou a fala do Hamas como um golpe de relações públicas destinado às nações ocidentais.

“Eles veem que há muito apoio no mundo ocidental [para os palestinos]… e tentam mostrar que são os ‘mocinhos’ e que Israel são os bandidos, e Israel dirá não”, advertiu.

Os Estados Unidos e os países europeus podem aproveitar a situação para pedir a Israel “que dê uma oportunidade a eles”, destacou Inbar, mas é provável que o governo israelense aceite o gesto “com cautela”.

O governo de Netanyahu prometeu eliminar o Hamas depois de o grupo ter realizado um ataque contra Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e sequestrando outras 250.

Na quarta-feira (24), Khalil al-Hayya, integrante de alta patente do Hamas, afirmou à Associated Press em Istambul que o grupo aceitaria “um Estado palestino totalmente soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e a volta dos refugiados palestinos de acordo com as resoluções internacionais”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se opõe a essa perspectiva, argumentando que colocaria em perigo a segurança do seu país.

Zeena Saifi e Abeer Salman da CNN contribuíram para este relatório.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Autoridade do Hamas diz à CNN que grupo pode se desarmar por criação de Estado palestino no site CNN Brasil.

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