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Clarinha: 40 dias após morte, paciente não identificada que ficou 24 anos em coma no ES ainda não foi enterrada


Polícia Civil do Espírito Santo aguarda resultados de exames de DNA ainda pendentes. A previsão é que isso ocorra na próxima semana e, se não houver compatibilidade, corpo será liberado. Entenda a história da paciente misteriosa Clarinha, que ficou em coma por 24 anos
Quarenta dias após a morte de Clarinha, no dia 14 de março, o corpo da paciente não identificada segue no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. Doze testes de compatibilidade foram feitos com possíveis familiares nesse período, quatro ainda sem resultado. A intenção da Polícia Civil é liberar o corpo para sepultamento na próxima semana.
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Entre os exames, foram realizados oito comparações por digitais, sendo sete com resultado negativo e um ainda em andamento. E quatro exames de DNAs, sendo um com resultado negativo e três aguardando resultado.
Detalhamento dos exames já realizados:
Comparação por digitais
Um caso de Brasília – laudo necropapiloscopia negativo.
Um caso da Bahia – laudo necropapiloscopia negativo.
Um caso do Espírito Santo – laudo necropapiloscopia negativo.
Um caso do Paraná – laudo necropapiloscopia negativo.
Um caso de Minas Gerais – laudo necropapiloscopia negativo.
Dois casos de São Paulo – dois laudos necropapiloscópia negativos.
Um caso de São Paulo – necropapiloscópia em andamento.
Identificação por DNA
Um caso de São Paulo – laudo de DNA negativo.
Um caso do Maranhão/Piauí – não foi encontrado prontuário da desaparecida nos estados. Por causa disso, familiares foram encaminhados para o DNA.
Um caso do Distrito Federal – material encaminhado pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal e análise está em andamento.
Um caso de São Paulo – material encaminhado pela Superintendência de Polícia Técnico Científica do estado de São Paulo e análise está em andamento.
Clarinha ficou 24 anos em coma e sem identificação num hospital em Vitória, Espírito Santo
Arquivo
De acordo com a polícia, a estimativa é que as análises pendentes sejam finalizadas no começo da semana que vem e, logo depois, seja dado início aos procedimentos legais de liberação do corpo para o familiar ou, no caso de resultados negativos, para o coronel Jorge Potratz, médico que cuidou da paciente durante os anos de internação e se prontificou a fazer o enterro.
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O chefe do Departamento Médico Legal, Wanderson Lugão, explicou que, normalmente, o prazo de liberação do DML é de 30 dias, mas, como esse é um caso muito específico, ficou estabelecido desde o começo que a liberação precisaria de pelo menos 40 dias.
Caixa com pertences de Clarinha ainda está no HPM, em Vitória.
Ricardo Medeiros
“Esse caso não é comum em nossa rotina. Não me lembro de um outro com nome fictício ou tantas comparações. Geralmente, quando não é um caso de repercussão a nível nacional como esse, e temos um cadáver não identificado, vêm duas ou três famílias em média para exames, e normalmente da Grande Vitória. Nesse caso, foram muitos exames – até hoje, infelizmente, sem resultados positivos – e estendemos um pouco o prazo para aguardar os resultados pendentes”, falou.
O chefe do DML explicou que quando um sepultamento de um corpo não identificado é feito pela equipe, alguns cemitérios municipais da Grande Vitória disponibilizam vagas. Normalmente, são os de Maruípe, em Vitória; o de São Domingos, na Serra; e o Pedro Fontes, em Cariacica.
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Nome da Clarinha no quadro de pacientes da enfermaria do HPM, em Vitória. Ela ficava no apartamento 3, cama 1. Espírito Santo.
Ricardo Medeiros
“É bom reforçar que o sepultamento ocorre em cova separada, única, e se futuramente algum familiar aparecer, vai ser possível localizar direitinho, com registro, igual seria com um corpo identificado, porque muita gente pensa que não existe controle”, explicou.
Mas, na avaliação de Lugão, como o Coronel Jorge Potratz já se prontificou a fazer o processo, não tem porque a Clarinha ser enterrada como não-identificada.
Coronel Potratz gostaria de encontrar com a família de Clarinha. Espírito Santo.
Ricardo Medeiros
“Não vamos sepultar ela como indigente sabendo que tem o interesse de uma pessoa em dar um enterro digno. Se esses últimos resultados também foram negativos, vamos entrar em contato com o coronel e iniciar o processo. Ele terá que fazer o registro civil como foi autorizado pela Justiça, e fazer uma nova solicitação da Certidão de Óbito”.
Lugão esclarece, entretanto, que foi estabelecido um prazo e, até o momento, a expectativa é que a liberação do corpo seja feita na próxima semana, quando encerram os confrontos e comparações dos últimos exames.
“Já estendemos o prazo e fizemos todo o esforço para os processamentos de exames nesse período inicial, mas sabemos que não podemos prolongar isso enquanto famílias continuarem aparecendo, porque pode aparecer alguém nas próximas semanas ou meses, não temos como prever”, avisou.
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O chefe do DML de Vitória ainda disse que, se surgirem novos pedidos, e equipe vai tentar ajudar. “Se aparecer um caso no futuro e houver confirmação de compatibilidade ou parentesco, será preciso uma solicitação a um juiz, para a família pegar os restos mortais e sepultar em sua cidade, se essa for a vontade”.
Profissionais de saúde de hospital cuidando de Clarinha, que ficou por 24 anos internada em coma em Vitória, Espírito Santo
Arquivo/TV Gazeta
Corpo está congelado no DML
Durante esse período, o corpo de Clarinha está sendo refrigerado para manter suas condições até ser liberado para velório e/ou enterro.
“O corpo fica armazenado em uma gaveta única, a uma temperatura muito baixa, de 10 graus negativos, e fica conservado 100%, como se a pessoa tivesse acabado de falecer”, disse Lugão.
Digitais colhidas após a morte
Pela primeira vez, foram colhidas digitais completas de Clarinha para realização de comparações. Espírito Santo.
Divulgação/PCIES
Durante os 24 anos em que esteve internada, nunca foi possível colher digitais de Clarinha. Essa situação mudou apenas após o óbito, quando peritos capixabas realizaram um procedimento pós-morte que permitiu o levantamento de digitais completas para realização de comparações e exames.
Clarinha pode ser enterrada em Vitória
A Prefeitura Municipal de Vitória, cidade onde a Clarinha ficou internada por 24 anos, informou que está inteiramente à disposição das autoridades e órgãos responsáveis por conduzir os processos de identificação do corpo e auxiliar no que for necessário, especialmente os trâmites relacionados ao sepultamento.
Relembre o caso
Paciente Clarinha, que ficou por 24 internada em coma em Vitória, Espírito Santo
Ricardo Medeiros/Rede Gazeta
A história de Clarinha ganhou repercussão após uma reportagem sobre o caso ser exibida no Fantástico, em 2016. A mulher foi atropelada em um Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. De lá, ela foi levada sem documentos para receber atendimento médico, chegou já desacordada e nunca foi comprovada a sua identificação por algum familiar.
Durante todos esses anos, ela ficou internada em estado vegetativo em hospitais da cidade. Clarinha morreu no dia 14 de março, ao passar mal após uma broncoaspiração.
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