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Mãe diz que levou sozinha filha a hospital após Samu demorar 4 horas para chegar em SC

Rosemilde Fátima de Araújo, de 47 anos, tem vivido um verdadeiro “pesadelo”, como descreve, ao buscar atendimento médico para a filha Yasmin Rafaela Ferreira, de 14 anos, em Florianópolis.

Em entrevista exclusiva ao portal ND Mais na quarta-feira (24), Rose, como é conhecida pelos mais íntimos, contou sua história.

Ao ter negativa do Samu, pais levaram filha sozinha ao hospital

Pais levaram filha de carro ao Hospital após negativa de atendimento do Samu, que disse que tinha outras urgências – Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/ND

Na última sexta-feira (19), a família, segundo Rose, passou por momentos de angústia devido à demora no atendimento do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em Florianópolis.

Tudo começou quando Yasmin teve uma emergência ao estourar uma peça da sonda por onde ela se alimenta. O item também serve para que a mesma consiga tomar remédio para arritmia, causada por uma doença grave e rara.

A mãe, em desespero, ligou para o SAMU ao 12h45 em busca de ajuda, mas recebeu como resposta que não se tratava de uma emergência e que havia outras prioridades sendo atendidas. Mesmo explicando a gravidade da situação e a necessidade de uma ambulância para transportar sua filha, o atendimento foi “negligenciado”, em suas palavras.

Com o passar das horas e a falta de resposta do SAMU, a família recorreu ao posto de saúde local em busca de socorro. No entanto, um médico no Centro de Saúde também tentou contato com a emergência, diante a gravidade da situação, mas não teve sucesso.

Sem a chegada do Samu, às 17h30, os pais decidiram improvisar uma solução e levaram a criança para o hospital por conta própria, correndo o risco de agravar ainda mais o quadro de saúde dela.

Segundo o médico do posto de saúde próximo à residência de Rose que atendeu a criança, onde a mesma tinha pedido ajuda para o atendimento, sua filha corria risco de vida por não ter o transporte e atendimento de emergência adequado quando foi preciso.

Isto porque, a adolescente não tomou a medicação contra arritmia no horário certo, podendo gerar nela paradas cardíacas, que já aconteceram em episódios anteriores.

Fotos e vídeos compartilhados enviados pela família mostram a aflição da família ao transportar a criança no carro, sem o conforto e a segurança necessários.

A criança foi transportada e chegou no Hospital Infantil Joana de Gusmão com uma documentação formal do médico para que o atendimento emergencial fosse feito o mais rápido possível. O documento, segundo a mãe, ficou no hospital e por isto não é possível demonstrá-lo nesta reportagem.

Como a doença foi descoberta?

Tudo começou em 2022 quando sua filha recebeu o diagnóstico de taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica. A doença, segundo manual MDS de saúde, é uma condição cardíaca rara e potencialmente grave que afeta o ritmo cardíaco.

Nessa condição, ocorrem batimentos cardíacos anormalmente rápidos e irregulares, conhecidos como taquicardia ventricular, devido a alterações no sistema elétrico do coração.

Essa condição é desencadeada pelo aumento dos níveis de catecolaminas, que são substâncias produzidas pelo corpo em resposta ao estresse ou à excitação, como adrenalina e noradrenalina. Essas substâncias podem causar uma resposta elétrica anormal no coração, levando à taquicardia ventricular.

A taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica pode levar a sintomas como palpitações, tonturas, desmaios e, em casos mais graves, até mesmo morte súbita. O diagnóstico geralmente é feito por meio de exames cardíacos, como ECG (eletrocardiograma) e monitoramento cardíaco contínuo.

O desmaio na escola

Por conta da doença, segundo a mãe, a filha tinha alguns desmaios. No entanto, recentemente um professor de história da escola onde a filha estuda, no bairro Córrego Grande, na região central de Florianópolis, notou que a mesma estava há muito tempo desmaiada.

“O professor chamou o SAMU, que só chegou depois de 30 minutos. Nesse meio tempo ela teve três paradas cardíacas. Na época, em dezembro de 2022, minha filha ficou em coma internada por 13 dias no Hospital Infantil Joana de Gusmão”, conta a mãe.

Confira as imagens:


Imagem mostra família tentando transportar a pequena Yasmin – Vídeo: Reprodução/Arquivo Pessoal/ND

Yasmin, portadora de uma doença cardíaca rara, foi levada de carro para o Hospital pois, segundo a mãe, a família não foi atendida pelo Samu – Vídeo: como não conseguiram transporte do Samu na última sexta-feira, eles levaram a criança de carro, sozinhos, para o Hospital

O que diz a SES

Em nota, a SES/SC (Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina) disse que:

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebeu uma solicitação de transporte de paciente na tarde da sexta-feira, 19. Os atendimentos do SAMU são regulados de acordo com a urgência da situação, sendo que os casos em que há risco à vida são atendidos de forma prioritária.

A equipe se dirigiu ao local da solicitação após atender as ocorrências de emergência que haviam na região. No entanto, a paciente não se encontrava mais na residência.

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