Milhares de partidários do Partido Socialista viajaram de toda a Espanha para um comício na sede do partido em Madri neste sábado (27) para pedir ao primeiro-ministro Pedro Sánchez para ficar, depois que ele surpreendeu o país esta semana dizendo que poderia deixar o cargo.
Sánchez disse na quarta-feira (24) que vai recuar “por alguns dias” para decidir se quer continuar liderando o governo depois que um tribunal lançou uma investigação de corrupção de negócios nas transações privadas de sua esposa. Ele disse que isso era parte de uma campanha sustentada de difamação contra ele e sua família por opositores políticos.
Sánchez nega as alegações feitas contra sua esposa, Begoña Gómez, e disse que anunciará sua decisão sobre seu futuro na segunda-feira (29).
“Primeiro-ministro, fique, Pedro, fique. Estamos com vocês”, disse Maria Jesus Montero, vice-primeira-ministra e ministra do Tesouro, em uma reunião do comitê federal do partido.
Do lado de fora, apoiadores eufóricos lotaram as ruas e tocaram canções pop populares pedindo a Sánchez para ficar, com muitas bandeiras ondulantes ou com seus rostos pintados.
“Espero que ele continue, porque a Espanha tem que continuar com ele. Senão, isso me assusta. Temos medo do que pode vir”, disse à Reuters Leonor Romero, 56 anos, vereadora de Huelva, no sul da Espanha.
“Ele deve continuar. Eu acho que ele não vai renunciar. Ele vai nos deixar órfãos”, disse José Luis Trigo, de 74 anos, aposentado.
Os partidos da oposição condenaram o movimento de Sánchez.
“Peço a todos os cidadãos que não se deixem enganar. A Espanha não tem um problema, aquele que tem um problema judicial é Sánchez, seu governo, seu partido e seu círculo. Que eles resolvam isso”, disse Alberto Nuñez Feijóo, líder do Partido Popular conservador da oposição, em uma reunião em Tarragona, na Catalunha.
A autoridade de acusação de Madri disse na quinta-feira (25) que está apelando da decisão de quarta-feira de um tribunal da cidade de examinar a queixa privada apresentada por um grupo ativista ligado à extrema-direita contra Gómez sobre suposta influência e corrupção empresarial.
Sánchez chegou ao poder em 2018.
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