O governo de Portugal informou, neste sábado (27/4), que não há nenhum processo ou programa com a finalidade de reparação pelo passado colonial do país e defendeu que se pautará “pela mesma linha” de executivos anteriores. A informação foi divulgada pela Lusa, agência de notícias de Portugal.
O posicionamento do governo ocorre depois que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, admitir, pela primeira vez, reparar o Brasil por crimes cometidos contra pessoas escravizadas e indígenas no período colonial.
“Temos de pagar os custos [pela escravidão]. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, enfatizou o líder português.
Rebelo de Sousa foi o primeiro presidente de Portugal a admitir reparação histórica. No entanto, a declaração do líder foi criticada por políticos da Aliança Democrática, coalizão de centro-direita que governa o país.
Como forma de reparação, o presidente de Portugal sugeriu, neste sábado, mesmo dia da nota do governo, cancelar dívidas das antigas colônias e fornecer financiamento.
“Não podemos varrer isso para debaixo do tapete ou colocar em uma gaveta. Temos uma obrigação de pilotar, de liderar esse processo [de reparação]”, disse Rebelo de Sousa.