Em 2002, Elon Musk decidiu fundar a SpaceX, uma empresa aeroespacial dedicada a várias inovações, como a reutilização de foguetes. Assim, ao longo das últimas duas décadas, a empresa, cujo nome completo é Space Exploration Technologies Corp., conseguiu se posicionar na vanguarda da exploração espacial, com sua nave Starship projetada para missões à Lua e a Marte, e com acordos já assinados para o futuro com a NASA e a Estação Espacial Internacional.
Agora, num evento sem precedentes em 146 lançamentos, a SpaceX decidiu deliberadamente estrelar um de seus foguetes Falcon 9 no oceano. Claramente, este acontecimento marcou uma nova fase nas operações da empresa, e aqui explicamos porquê.
A SpaceX chocou um dos seus foguetes Falcon 9
Vamos começar pelo princípio. Os foguetes modelo Falcon 9 são uma das maiores inovações da SpaceX, pois são o primeiro foguete orbital parcialmente reutilizável do mundo. Eles fizeram sua estreia em junho de 2010 e desde então têm marcado uma mudança na forma como os lançamentos espaciais são concebidos, oferecendo uma maneira mais econômica e eficiente de acessar o espaço. Graças a isso, os Falcon 9 têm sido fundamentais para transportar satélites para a órbita, abastecer a Estação Espacial Internacional e facilitar missões interplanetárias.
Agora vamos falar sobre o recente sacrifício. Em 28 de abril, um Falcon 9 decolou às 0:34 UTC, levando a bordo dois satélites Galileo destinados a operar em uma órbita média de 23.220 km de altura. Devido às demandas energéticas para alcançar esta órbita, a primeira etapa do foguete não tinha combustível suficiente para realizar um pouso controlado após a separação da segunda etapa, o que levou ao seu descarte programado no mar.
A etapa B1060 do Falcon 9, que foi sacrificada nesta missão, tinha um histórico impressionante. Já havia decolado 20 vezes no total, igualando o recorde de voos para um único foguete da SpaceX. Durante sua carreira, também lançou 228 toneladas de carga para a órbita e além, incluindo missões importantes como a Intuitive Machines IM-1 lunar e vários lançamentos de satélites Starlink.
No entanto, apesar de a reutilização de foguetes ser a motivação da SpaceX, o que permitiu à empresa aterrar foguetes até 300 vezes, esta missão exigiu um sacrifício necessário para garantir o sucesso no lançamento de dois satélites Galileo de navegação para a Comissão Europeia, a versão europeia do sistema GPS.