O professor Fábio Lopes da Silva, Diretor do Centro de Comunicação e Expressão da Ufsc, manifesta-se sobre a decisão do Conselho Universitário de rejeitar a concessão do título de Professor Emérito ao ex-reitor Rodolfo Pinto da Luz.
Com mestrado e doutorado em Línguistica pela Unicamp, tem um rico currículo acadêmico também em gestão pública. Por e-mail enviou a seguinte mensagem:
“Caro Jornalista Moacir Pereira,
Sou docente da UFSC há trinta anos. Nunca vi uma crise e uma desorganização institucional como as que estamos testemunhando. Em minha carreira, discordei das ideias e projetos do Prof. Rodolfo muitas vezes. Mas jamais deixei de reconhecer o óbvio: ele é o mais importante personagem da história da Universidade.
Era óbvio que deveríamos ter concedido o título de professor emérito a ele não apenas incondicionalmente mas sob aplausos e reverência quase religiosa. Na qualidade de diretor do Centro de Comunicação e Expressão e membro do Conselho Universitário, tentei de todas as formas evitar o desastre que estava se anunciando antes e durante a reunião.
Ocorre que a UFSC está imersa em uma barafunda ideológica e administrativa que estão nos metendo em um beco sem saída. Não por acaso, há cerca de uma semana — na esteira de uma série de outros artigos mais ou menos na mesma linha –, subi o tom de vez, chamando a atenção da comunidade universitária para a miséria produzida sobretudo em função da exuberante mediocridade de nossos atuais dirigentes e da omissão de quem poderia detê-los. Eis o texto. Eu parecia estar adivinhando o que nós esperava:
A greve, o caos ideológico e a tragédia administrativa
O estrago está feito graças ao reitor, sua inacreditável vice-reitora e a covardia e confusão que reinam ao seu redor. Resta pedir perdão ao Prof. Rodolfo e a Deus.
Cordialmente, Fábio Lopes da Silva-Diretor do CCE/UFSC.”