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Um acordo que seria devastador. Por Moisés Mendes

Jorge Seif olhando para o lado com expressão séria, de óculos de grau e roupa social em tons de azul
Jorge Seif – Edilson Rodrigues/Agência Senado

Não pode ser verdade que altas autoridades do Judiciário teriam fechado um acordo para salvar o mandato do senador Jorge Seif. Não pode ter fundamento a informação de que, ao salvar Seif, também o autoproclamado véio de Havan seria salvo.

Não há como aceitar que a notícia do acordo seja tratada, em notinhas no Globo, como algo da natureza das relações da política e do poder econômico com a Justiça.

Não é razoável levar a sério que o acordo tenha sido fechado depois de uma conversa entre Seif e Alexandre de Moraes, quando o bolsonarista teria dado ao ministro a garantia de que não mais irá atacar o Supremo.

Não é possível imaginar que a mais alta Corte do país trate um senador que a agride como se fosse a direção de uma escola reagindo ao adolescente que desafia a autoridade dos professores. Um senador que já liderou campanha pelo impeachment do ministro do STF Luis Roberto Barroso.

Não há como esse acordo imaginário seguir em frente, depois do que foi divulgado, porque estaríamos diante, não do maior escândalo do Judiciário nos últimos anos, mas de todo o século 21.

Um escândalo que envolveria, conforme noticiam em notinhas, a mais brava autoridade da Justiça e dois dos mais ativos militantes da extrema direita. E num momento em que o Congresso tenta subjugar o STF.

Não é crível que o Supremo e o TSE se rendam à imposição de amigos de um empresário que sempre consegue escapar do sistema de Justiça, apesar de investigado na área criminal em várias frentes.

Não será admitida como verdade a informação de que o véio da Havan – que desafia o STF, negando-se até a fornecer as senhas dos seus celulares a investigadores de inquéritos relatados pelo próprio Moraes –, será beneficiado por acordo conduzido pelo mesmo Moraes.

Não é aceitável que ministros do Supremo e do TSE não reconheçam Jorge Seif e Luciano Hang, acusados de abuso de poder econômico na campanha do então candidato a senador em 2022, como líderes da extrema direita no Estado mais bolsonarista do Brasil.

Não será aceita como verdade a notícia de que, por interferência do governador Tarcísio de Freitas, o senador e o véio da Havan seriam poupados, em nome de uma trégua do Senado com o STF.

Não pode ser difundida sem contestação a informação de que é assim que funciona a Justiça nas suas relações com poderosos, sabendo-se que esses mesmos poderosos estão se rearticulando, depois dos abalos sofridos pelo fascismo na eleição e em 8 de janeiro.

Não é aceitável que o ministro do STF que enfrentou militares e milicianos, que assegurou com bravura a realização das eleições, que resiste ao cerco do bolsonarismo e que agiu até agora com destemor, seja envolvido em notícias plantadas pelos jornalões, que pisam em tudo o que ele fez até aqui.

Que a verdade se manifeste e desfaça tudo o que tem sido divulgado sobre o acordo que salvaria o mandato do senador bolsonarista Jorge Seif e o núcleo de toda a estrutura da extrema direita catarinense.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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