• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Família de aluno que morreu após ser agredido em escola é alvo de ameaças: “Está bem perigoso”

A família do adolescente Carlos Teixeira Gomes Nazara, de 13 anos, que morreu uma semana após ser agredido dentro de uma escola estadual, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, afirma que está sofrendo ameaças. Os ataques começaram depois que vários perfis falsos na internet passaram a divulgar informações sobre os possíveis agressores do estudante.

“Tem muita gente usando essa história para ganhar like”, afirmou ao site G1 a advogada Amanda Mesquita, que defende os parentes da vítima. “Isso está bem perigoso. A gente não sabe o que pode acontecer com essas pessoas e até mesmo com a família do Carlinhos”, ressaltou.

A defensora diz que essas páginas falsas foram criadas por internautas que sequer conheciam a vítima ou têm qualquer relação com os parentes de Carlos ou dos agressores. A família tem sido acusada de expor a situação e já recebeu diversas ameaças, incluindo de moradores de outros estados. “As pessoas estão estão curiosas para saber os culpados e estão querendo fazer Justiça, mas estão atrapalhando”, disse Amanda.

A advogada destacou que já informou a Polícia Civil sobre as ameaças e fake news. “[A situação] está se tornando uma coisa sem controle”, destacou ela.

Relembre o caso

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Carlos sendo “surrado” por colegas dentro da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, em março passado (assista abaixo).

“Foi por causa de um pirulito. O menino arrancou da mão dele e, quando ele pediu de volta, o menino deu dois socos no nariz dele. O arrastaram pelo pescoço e foi para dentro do banheiro, onde fizeram aquele vídeo”, disse a mãe do garoto, Michele de Lima Teixeira, em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.

Após o episódio, a mãe disse que procurou a direção da escola e citou que, caso nada fosse feito, tiraria o aluno da unidade. Apesar do medo que enfrentava diariamente, Carlos não queria deixar de frequentar as aulas.

“Ele falou assim: ‘Mãe, eu não quero sair porque eu sou o maior da minha turma’. Falava isso porque os amigos dele eram menores, pequenininhos, e ele era grandão pela idade que tem. Ele falou que queria defender os amigos. Ele falou: ‘mãe, eu quero ficar forte. Quero correr. Corre comigo’. Eu falei que ia correr com ele, mas não corri”, lamentou Michele.

Dias depois dessa confusão gravada em vídeo, em 9 de abril, Carlos conversava com um amigo, quando dois alunos pularam nas costas dele. A partir daí, o menino passou a reclamar de dores e apareceu em outro vídeo chorando de dor (veja abaixo – ATENÇÃO: imagens fortes).

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Meio News (@meio_news)

Idas e vindas ao hospital

Conforme a mãe, Carlos foi levado várias vezes para atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a pronto socorros. “Meu filho não fez um exame de urina, não fez nada. Meu filho gemendo por falta de ar, sem respirar”, relembra a mãe.

Apesar das medicações, o estado de saúde não melhorava e ele acabou sendo encaminhado à Santa Casa de Santos, no último dia 15 de abril. Lá, os médicos disseram que o adolescente estava com uma infecção no pulmão e precisaram entubá-lo.

Carlos foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas sofreu três paradas cardiorrespiratórias e morreu na tarde do dia 16 de abril. No atestado de óbito consta que o adolescente morreu por causa de uma broncopneumonia bilateral, que é um tipo de pneumonia que inflama os pulmões.

A Prefeitura de Praia Grande informou que abriu um “processo administrativo para apurar os procedimentos adotados nos atendimentos. E se for constatada alguma irregularidade, as providências cabíveis serão tomadas”.

Investigação

A Polícia Civil investiga a morte de Carlos, depois de um pedido feito pelos pais do garoto. Até agora, já foram ouvidas dez pessoas, entre elas a vice-diretora da escola, professores e os dois suspeitos pelas agressões, que são menores e estavam acompanhados de parentes.

O inquérito apura se houve homicídio com dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco de matar. “Falta definir se a morte se deu em decorrência dessas agressões que ele possa ter sofrido ou se foi uma causa independente”, disse o delegado Alex Mendonça ao “Fantástico”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.