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‘Joinvilense de paixão’: Ideli Salvatti retorna a Joinville após revogação de título honorário

A ex-senadora Ideli Salvatti retornou a Joinville, no Norte de Santa Catarina, dois dias após a Câmara de Vereadores revogar seu título de cidadã horária. O PDL (Projeto de Decreto Legislativo) foi apresentado em março pelo vereador Cleiton Profeta (PL) e votado em sessão ordinária na última terça-feira (30).

Ideli Salvatti retorna a Joinville após revogação de título honorário

Ideli Salvatti retorna a Joinville após revogação de título honorário – Foto: Reprodução/ND

Na cidade onde morou por muitos anos, Ideli participou de uma audiência pública para discutir a instalação do curso de medicina na UFSC Joinville (Universidade Federal de Santa Catarina).

A ex-senadora concedeu uma entrevista exclusiva para o Grupo ND sobre a revogação de seu título de cidadã honorária, que foi concedido a ela em 2013. A outorga foi assinada em 18 de junho pelo presidente da Câmara de Vereadores à época, após aprovação do plenário.

O PDL n. 6/2024, que propôs a revogação do título, foi encaminhado para tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em 1º de abril. A relatoria do decreto ficou a cargo do vereador dr. Cassiano Ucker.

Após a análise, o PDL foi à deliberação no plenário na última terça-feira (30). De 18 vereadores presentes na sessão, 14 votaram a favor da revogação do título, dois foram contra o requerimento e dois não votaram.

Como votaram os vereadores na sessão que revogou título de cidadã honorária de Ideli Salvatti

Como votaram os vereadores – Foto: Reprodução/ND

Em entrevista ao Grupo ND, o vereador Cleiton Profeta afirmou que a decisão da proposta do PDL surgiu após falas da ex-senadora viralizarem na internet. No vídeo citado pelo vereador, Ideli fala sobre a presença de células neonazistas no Estado.

Para o vereador de Joinville, as falas da ex-senadora são um ‘absurdo’ e prejudicam a imagem do Estado. “Se você entrar em qualquer rede social e digitar ‘Santa Catarina’, você vai ver a enorme xenofobia que o Estado sofre, o quanto o nosso povo é injuriado, caluniado. O quanto há um marketing negativo em cima dessas narrativas que são falsas”, comentou.

Já para Ideli, “o que prejudica a imagem do Estado é não investigar adequadamente e não proteger as crianças, as famílias e as escolas.”

Fora de contexto

Ideli declarou que a fala em que afirmava que Santa Catarina é o estado com mais células neonazistas do Brasil foi tirada de contexto.

“O que apresentei [no vídeo] é que em Santa Catarina, infelizmente, temos o maior numero de células nazistas ativas. E quem diz isso não sou eu, são pesquisadores. O Ministério Público Federal tem matérias, documentos, ações. Em 2022 e 2023, tiveram prisões de pessoas pertencentes a células nazistas no Estado”, declarou.

Para a ex-senadora, os vereadores de Joinville deveriam se ater à problemática do assunto, não cassar o título. “Os vereadores de Joinville não se preocuparam com isso, se preocuparam com um pedacinho de papel”, avaliou.

Segundo o vereador Cleiton Profeta, o PDL é uma forma de fazer justiça para o povo catarinense. Profeta ainda afirmou que, “como vereador, jamais me nego a discutir o tema. Existe o movimento neonazista, fascista, comunista no país todo.”

‘Grande onda de ódio’

Ideli foi senadora e deputada estadual pelo PT (Partido dos Trabalhadores) e ministra dos Direitos Humanos. Atualmente, ela está à frente do Instituto Humaniza/SC.

O instituto trabalha para combater o neonazismo e diferentes preconceitos em debates por todo o Estado, posicionamento nas redes sociais e ações judiciais. “O vídeo que deturparam trazia um problema grave, que é o crescimento do extremismo, da violência, do ódio, que está principalmente nas redes sociais.”

A ex-senadora ainda relatou que vem sofrendo ameaças por meio da internet e que, inclusive, teve o seu número de telefone pessoal divulgado. “Isso tudo provocou uma grande onda de ódio. É uma pena que a gente tenha chegado neste ponto”, comentou.

‘Joinvilense de paixão’

Ideli chegou em Joinville em 1976. Foi a primeira cidade que morou em Santa Catarina, durante 13 anos. Para Ideli, a revogação é um ‘lamento’, mas espera que o debate sobre os assuntos apresentados possam vir a acontecer.

A ex-senadora afirma que continuará lutando pela cidade mesmo após a Câmara de Vereadores revogar seu título. “Isso não retira a minha vida e luta aqui, todo o trabalho que realizei em prol do interesse dos joinvilenses”, declarou.

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