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Moraes manda soltar ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e mantém acordo de delação

O tenente-coronel, Mauro Cid, depõe na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Um ano depois de ser preso pela primeira vez, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve sair da cadeia nas próximas horas. Nesta sexta-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao militar.

Moraes também decidiu manter, integralmente, a validade do acordo de delação premiada de Mauro Cid. Segundo o magistrados, “foram reafirmadas a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade” do delator.

De acordo com o despacho do ministro do STF, Mauro Cid confirmou à Justiça o conteúdo de sua colaboração e disse que os áudios publicados pela revista Veja – nos quais criticava Moraes e colocava em suspeição a atuação da Polícia Federal (PF) – foram um simples “desabafo”. A delação segue, portanto, válida.

Preso desde março

Mauro Cid está preso desde o fim de março deste ano, por descumprir medidas cautelares e tentar obstruir a Justiça.

A ordem de prisão preventiva do militar foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O magistrado é o relator, na Corte, do inquérito que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Moraes também é o responsável pelos inquéritos das milícias digitais e das fake news.

Mauro Cid foi preso depois de participar de uma audiência no STF de confirmação dos termos de sua delação premiada, no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022.

Áudio vazado

A prisão ocorreu após o vazamento de áudios em que Mauro Cid diz a um amigo ter sido vítima de coação por parte da Polícia Federal (PF) durante seus depoimentos.

“Eles [investigadores] queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, afirmou Cid em uma das gravações. Segundo a Veja, trata-se de uma conversa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro com um amigo. A interação durou cerca de uma hora. O diálogo teria sido captado após o sétimo depoimento de Cid à PF, que durou cerca de nove horas.

“Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, disse Cid em um dos trechos do áudio.

Ainda de acordo com o militar, os investigadores já estão com a “narrativa pronta” sobre o caso. Além dos atos golpistas, o tenente-coronel menciona a investigação sobre a suposta falsificação no cartão de vacinação de Bolsonaro – que levou aos indiciamentos do próprio Cid, do ex-presidente e de outras 15 pessoas.

“Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam”, afirmou. “E todas as vezes eles falavam: ‘Olha, mas a sua colaboração. Olha, a sua colaboração está muito boa’. Ele [o delegado] até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá’. Ele falou assim: ‘Só nessa brincadeira são 30 anos para você’”, relata Mauro Cid.

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Defesa já alegava “desabafo”

Em nota, à época, a defesa de Mauro Cid reconheceu a veracidade dos áudios revelados pela revista, mas alegou que se trata de um mero “desabafo” que não põe “em xeque a independência, a funcionalidade e a honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal”.

Segundo os advogados de Cid, o conteúdo dos áudios mostra “o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda, mas que, de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade”.

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