As bebidas energéticas têm como função principal estimular o sistema nervoso central, reduzindo a sensação de cansaço e promovendo um aumento no estado de alerta e desempenho físico. Devido a esses efeitos, são bastante populares entre aqueles que praticam atividades físicas regularmente ou que necessitam de um impulso para enfrentar as demandas do cotidiano.
A nutricionista Talyta Machado, que atende em Brasília, explica que o energético funciona como uma fonte rápida de energia para “tirar” o sono e aumentar a disposição. Alguns dos benefícios são energia física e mental, redução da fadiga e melhora no foco e concentração.
“A cafeína, principal composto presente no energético, atua no cérebro gerando efeitos estimulantes, podendo melhorar o estado de alerta, aumentar a concentração e batimentos cardíacos”, explica ela.
Pode tomar todos os dias?
O consumo moderado de energéticos não representa um risco significativo para a saúde. No entanto, a preocupação surge quando o indivíduo bebe em excesso, seja em termos de quantidade ou de frequência. De acordo com a nutricionista, tomar a bebida todos os dias pode gerar adaptação do organismo.
“A cafeína em excesso e com frequência pode gerar adaptações no cérebro pois ela se liga ao mesmo receptor da adenosina, neurotransmissor relacionado com o sono. Com o consumo frequente, a produção da molécula pode aumentar e gerar no usuário a sensação de que ‘precisa de sempre mais’ ou que ‘não faz mais efeito’”, alerta Talyta.
Segundo a nutricionista Talita Ávila, que atende em Valparaíso de Goiás, o uso de energético não deve ser feito todos os dias. “Não é recomendável o consumo diário e desordenado, pois pode interferir na pressão arterial, sem contar o elevado teor de açúcar que pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes e obesidade”, diz.
Para Talyta, o consumo deve ser feito apenas em casos pontuais ou de extrema necessidade, como quando a pessoa não dormiu bem e precisa urgentemente se manter acordada. De acordo com ela, fontes naturais como o café tradicional ou chá mate são mais recomendáveis. “O ideal é sempre cuidar do descanso e energia de forma natural”, lembra.
Possíveis efeitos colaterais
Além dos efeitos da cafeína (quando em excesso), os corantes, açúcar e aromatizantes geram efeitos negativos principalmente no intestino, gerando desequilíbrio nas bactérias da microbiota. O usuário também pode acabar desenvolvendo resistência à insulina pelo excesso de açúcar.
“O energético em excesso pode causar efeito rebote em algumas pessoas, provocando mais cansaço após ser metabolizado, interferindo na saúde cardiovascular e aumentando o risco de diabetes e obesidade”, explica Talita.
Quem não deve consumir
- Crianças e adolescentes;
- Idosos acima de 60 anos, principalmente se tiver problemas cardíacos;
- Mulheres grávidas e lactantes: a bebida possui altas quantidade de cafeína, e o consumo de mais de 200 mg da substância pode diminuir o fluxo de sangue.
- Hipertensos: os energéticos elevam a pressão arterial e a frequência cardíaca;
- Diabéticos: pela quantidade de açúcar.
O consumo com bebidas alcoólicas, muito comum em festas, também não é indicado. “O energético possui taurina e cafeína, dois estimulantes, e a associação com a bebida alcoólica potencializa ainda mais o efeito deles. Há risco de aumentar a pressão e causar infarto”, alerta Talita.
Como escolher o energético?
Talyta explica que os energéticos não devem ser uma opção frequente e recomenda a leitura dos rótulos. “Algumas marcas estão produzindo opções mais limpas, sem açúcar, adoçadas com stevia e taumatina, sem corantes artificiais, e algumas já adicionam outros nutrientes que auxiliam na função energética do corpo, como coenzima q10”, afirma.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
