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Veja quem são os investigados e a cronologia do assassinato de casal em disputa por terras em Roraima


Crime aconteceu no dia 23 de abril e a Polícia Civil, que investiga o caso, acredita que ele foi motivado por disputa de terras na região do Cantá, município ao Norte do estado. Dois homens foram presos e outras três pessoas são investigadas por envolvimento no crime. Flávia Guilarducci e Jânio Bonfim foram baleados após ter a casa onde viviam invadida por quatro homens, em Roraima.
Arquivo pessoal
No fim do mês de abril, o casal de agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57, foram assassinados a tiros no Cantá, município no interior de Roraima. Uma investigação da Polícia Civil aponta que ao menos cinco pessoas, entre elas um capitão da Polícia Militar, estão envolvidas no crime, motivado por disputas de terras. Duas estão presas. Veja abaixo quem são os envolvidos e os principais episódios do caso.
O crime aconteceu em uma terça-feira, no dia 23 de abril, na vicinal do Surrão, na propriedade do casal. A suspeita da Polícia Civil, que investiga o caso, é de que eles foram assassinados por conta de uma disputa por terras.
O g1 reuniu os principais pontos da investigação, em ordem cronológica:
▶ 22 de abril – O agricultor registrou um boletim de ocorrência contra o vizinho e produto rural Caio de Medeiros Porto, de 32 anos, por ameaça.
▶ 22 de abril – Genivaldo Lopes Viana, de 53 anos, acompanhado de Caio e de outro homem, identificado como Johnny de Almeida Rodrigues, compraram 20 munições para arma de fogo em uma loja especializada em Boa Vista. O recibo da compra foi emitido no nome de Johnny.
▶ 23 de abril – Jânio Bonfim de Souza e a esposa dele, Flávia Guilarducci, foram baleados após ter a casa invadida por quatro homens, na vicinal do Surrão, no município do Cantá, por volta das 10h. Na data, ninguém foi preso.
▶ 23 de abril – Jânio Bonfim foi atingido no abdômen e socorrido por um vizinho, que também já havia sido ameaçado por Caio, que o levou ao hospital. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.
▶ 24 de abril – Após o crime, agentes da Polícia Civil iniciaram investigações e prenderam Genivaldo Lopes e Luiz Lucas Raposo da Silva, de 35 anos, por suspeita de participação no assassinato de Jânio e, até então, na tentativa de homicídio contra Flávia.
▶ 25 de abril – O delegado titular da delegacia de Polícia Civil do Cantá, Ronaldo Sciotti, pediu a prisão preventiva de Caio Medeiros. Mas, ainda não há decisão.
▶ 28 de abril – Cinco dias após o crime, Flávia Guilarducci morreu no Hospital Geral de Roraima (HGR), onde ficou internada em estado grave na UTI. A causa da morte foi traumatismo cranioencefálico, lesão perfurocontuso e ferimentos causados por arma de fogo.
▶ 1° de maio – As investigações apontam que o capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza, de 48 anos, tem envolvimento no assassinato do casal. Investigadores do caso identificaram que ele estava junto com os suspeitos no dia em que o casal foi assassinado na propriedade onde morava.
▶ 1° de maio – Um áudio gravado durante o ataque que matou o casal de agricultores registrou que houve uma conversa entre o casal e os suspeitos antes do crime, e que seis tiros foram disparados em cerca de 15 segundos. Umas das vozes captadas na gravação era a do capitão Helton.
SAIBA MAIS:
Capitão da PM é investigado por envolvimento no assassinato de casal em disputa por terras
OUÇA: Áudio registra conversa e seis tiros em 15 segundos durante assassinato de casal por disputa de terras
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Suspeitos de assassinar casal compraram munição e ameaçaram vítimas um dia antes do crime
Áudio registra conversa e seis tiros em 15 segundos no assassinato de casal em disputa por
O que diz a defesa dos investigados
Procurada pelo g1, a defesa de Caio de Medeiros, Genivaldo Lopes, Luiz Raposo, Helton John e Johnny de Almeida, informou que eles se declaram inocentes e afirmou que não estavam no local do crime.
O advogado também já havia informado que as munições compradas por Jonnny de Almeida estão intactas e já foram colocadas a “disposição da polícia e da Justiça para devolução e perícia, bem como, a arma registrada que ele possui para perícia para demonstrar que nenhuma das munições que ele comprou foi disparada e sua arma que possui registro, também, não disparou”.
Quem são os envolvidos?
Caio de Medeiros
Suspeitos Caio de Medeiros Porto, Helton John Silva de Souza, de 48 anos, Raposo da Silva, de 35 anos, Genivaldo Lopes Viana, de 53 anos
Foto: Arquivo pessoal
O empresário e técnico em agricultura, Caio Caio de Medeiros Porto, de 32 anos, é vizinho do casal e disputava a propriedade deles. Ele é investigado por ter participação direta no crime, suspeito de planejar e executar o crime.
A suspeita é de que Jânio e Flávia fora assassinados devido a uma disputa de terra. As investigações da Polícia Civil revelam que houve uma “premeditação por parte de Caio na resolução da disputa através de medidas extremas”.
Elas indicam que, um dia antes do crime, no dia 22 de abril, ele ameaçou o casal de morte e comprou munições de arma de fogo. No mesmo dia, ele também ameaçou um outro vizinho do casal, o que “ressalta a disposição de Caio em usar força letal para alcançar seus objetivos”.
No dia 23 de abril ele foi até a propriedade do casal, acompanhado de Genivaldo Lopes, Luiz Lucas e Capitão Helton John, e baleou as vítimas após a recusa de um acordo por parte delas, segundo as investigações.
“A análise dos tiros registrados no vídeo [áudio] indicou um total de seis disparos, distribuídos de forma específica: dois disparos sequenciais, um terceiro disparo após um breve intervalo, seguido por dois tiros mais espaçados e um disparo final. O início dos disparos foi atribuído a Caio, conforme evidenciado pelo som de um golpe numa pistola logo após o segundo tiro, um indicativo de falha, recarregamento ou a participação do segundo atirador”.
Capitão Helton John
Capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza.
Arquivo pessoal
Amigo próximo de Caio, o capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza, de 48 anos, também é investigado por participação no assassinato do casal. As investigações apontam que ele desempenhou “um papel importante na ação fatal” e estava com Caio no dia dos disparos.
A suspeita surgiu de uma gravação feita por Flávia antes de ser baleada. Umas das vozes captadas, conforme a investigação da Polícia Civil que a Rede Amazônica teve acesso, era a dele.
No dia do crime, o capitão ocupava a função de coordenador da equipe de segurança do governador do estado. Mas, seis dias depois do crime, foi exonerado das funções na equipe de segurança e colocado à disposição da PM.
Genivaldo Lopes
Genivaldo Lopes Viana, de 53 anos, preso suspeito de assassinar o casal em RR.
Arquivo pessoal
Preso por suspeita de participação no crime, Genivaldo Lopes Viana, de 53 anos, é amigo de Caio e estava presente no dia em que as vítimas foram ameaçadas de morte, em 22 de abril. Ele também estava junto com o empresário durante a compra de munições.
Além disso, é suspeito de ter ameaçado um vizinho do casal, junto com Caio e Luiz Lucas Raposo da Silva, que também está preso por envolvimento no crime. O vizinho foi quem socorreu as vítimas no dia em que foram baleadas. Ele foi preso no dia 24 de abril, um dia após o crime.
Luiz Lucas
Luiz Lucas Raposo, de 35 anos, suspeito de envolvimento na morte do agricultores.
Arquivo pessoal
Luiz Lucas Raposo da Silva, de 35 anos, também foi preso no dia 24 de abril. Ele confessou ter acompanhado Caio de Medeiros na ameaça contra o vizinho do casal de agricultores e no dia dos disparos contra Jânio e Flávia, de acordo com as investigações da Polícia Civil.
Johnny de Almeida
Johnny de Almeida Rodrigues também é investigado por envolvimento no crime.
Arquivo pessoal
Segundo as investigações, Johnny de Almeida Rodrigues esteve com Caio e Genivaldo Lopes na compra de munições para arma de fogo em uma loja de Boa Vista. O recibo da compra foi emitido no nome dele.
A polícia investiga se ele teve um papel ativo nas ameaças e se as munições compradas por ele foram utilizadas por Caio para cometer o crime.
Duplo homicídio
Caso ocorreu na vicinal do Surrão, no Cantá
PMRR/Divulgação
O ataque aconteceu na vicinal do Surrão, na propriedade do casal, no município do Cantá, ao Norte de Roraima. Jânio Bonfim foi atingido no abdômen e morreu no mesmo dia do crime, na terça-feira (23).
A esposa dele, baleada na cabeça e na boca, morreu cinco dias depois, no domingo (28), no Hospital Geral de Roraima (HGR), onde ficou internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Após o crime, os agentes da Polícia Civil iniciaram investigações e apuraram que uma testemunha que prestou socorro ao casal também foi ameaçada pelos quatro homens no dia anterior ao crime. Dois homens foram presos.
A testemunha e o agricultor haviam combinado de fazer uma plantação de feijão numa parte da terra. Na segunda-feira (22), a testemunha olhava o local onde fariam a plantação quando chegaram os quatro homens e um deles estava armado com uma pistola calibre 380.
Segundo a testemunha, que ainda chegou a conversar com o agricultor sobre as ameaças, este afirmou que a terra lhe pertencia e estava toda documentada.
“A vítima disse a essa testemunha que era dono da terra e que tinha toda a documentação comprobatória, mas que já tinha recebido outras ameaças anteriormente dos suspeitos e, inclusive, registrado um Boletim de Ocorrência dessas ameaças”, disse o delegado titular do município, Ronaldo Sciotti.
Genivaldo Lopes, de 53 anos, e Luiz Lucas Raposo, de 35, foram presos um dia após o crime, na quarta-feira (24). Na ocasião, eles foram interrogados pelo delegado, acompanhados de um advogado, e usaram o direito constitucional de somente falar em juízo.
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