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Copom mais cauteloso ou mantendo ritmo: como a decisão desta 4ª afetará o mercado?

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (8) à noite promete ser dividida e ser uma das mais emblemáticas do passado recente do Banco Central, podendo ser um importante definidor para o mercado brasileiro de ações, câmbio e juros futuros.

O boletim semanal Focus e os contratos futuros de juros mostram perspectiva de redução do ritmo de corte da Selic para 0,25 ponto percentual. A maioria dos economistas consultados em pesquisa da Reuters também acredita numa desaceleração para 0,25 ponto, embora parcela expressiva aposte na manutenção do passo de 0,50 ponto visto nas últimas seis reuniões.

O mercado recentemente teve alívio com o cenário externo – particularmente nos EUA – na semana passada após a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) e os dados de emprego americano mais fracos do que o esperados, o que poderia fortalecer a aposta na continuidade do ritmo de cortes por aqui, mas a aposta de uma redução menor dos juros básicos por aqui segue preponderante.

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No mercado de juros futuros, na véspera, a precificação da curva estava em 88% de probabilidade de corte de 25 pontos-base da Selic nesta quarta e 12% para corte de 50 pontos-base. Na segunda-feira o percentual de corte de 25 pontos-base estava em 86%.

No mercado de opções, os percentuais das apostas para o Copom eram semelhantes nesta terça-feira. “O cenário para corte de 50 pontos-base é possível, mas não parece provável. O Comitê se comprometeu com este corte e este é o melhor argumento para 0,5 ponto nesta quarta. Porém, o México deverá manter os juros em 11% na quinta-feira e a situação do câmbio é desconfortável desde que o mercado jogou para frente o corte de juros nos EUA”, disse o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes. Mesmo com o alívio na semana passada, a projeção de cortes de juros pelo Fed foi postergada frente às projeções no início do ano.

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Para além da dúvida que ainda paira sobre o tamanho dessa redução, a questão fica sobre as implicações da mudança ou não do ritmo de corte na condução da política monetária ao longo de 2024, conforme aponta a Levante Corp. Para quem vê um corte de 0,50 ponto, a inflação de abril e o “forward guidance” da ata da reunião do Copom de março são pontos que corroboram a tese. O IPCA-15 de abril mostrou uma desaceleração nos preços, que subiram 0,21% ante os 0,36% de março. Em 12 meses, a inflação acumulada recuou para 3,77%, ante os 4,14% observados nos 12 meses anteriores. Apesar de a ata da reunião do Copom de março não ter fornecido “forward guidance” para as reuniões posteriores à de maio, o texto indicou claramente a probabilidade de um corte de 0,50 ponto percentual no encontro desta quarta. Porém, há argumentos igualmente sólidos a favor de uma desaceleração do corte para 0,25 ponto percentual, o que deixaria a Selic em 10,50% ao ano. O primeiro é a resiliência da inflação. No início do ano, os índices de preços ao consumidor (como o INPC, o IPCA e o IPC da Fipe) tendem a subir devido a eventos pontuais.

O aquecimento do mercado de trabalho e a fragilidade das contas públicas também são fatores que levam a uma mudança nas projeções de cortes, enquanto o mercado também avalia o eventual impacto da tragédia no Rio Grande do Sul sobre a inflação. “O Rio Grande do Sul é um elo importante na cadeia alimentícia brasileira. O Estado é um grande produtor de grãos e proteína animal. As lavouras e cooperativas foram afetadas severamente pelas inundações. Para além disso, o impacto foi pesado sobre a infraestrutura, com estradas e pontes destruídas. Considerando tudo isso – o risco fiscal, o aquecimento do mercado de trabalho e a tragédia gaúcha – é razoável supor que o Copom será cauteloso e deverá desacelerar o corte da Selic”, avalia a Levante.

Para os analistas da casa de research, a avaliação é que, se continuasse reduzindo os juros no ritmo das seis últimas reuniões, o Comitê poderia ser obrigado a interromper a queda ou mesmo a elevar as taxas no futuro, o que provocaria solavancos desnecessários no mercado.

Custo alto de não desacelerar cortes

Na mesma linha, o UBS aponta que a decisão de Roberto Campos Neto, presidente do BC, de adotar um tom hawkish (mostrando maior preocupação com a inflação) desde o último dia 15 de abril, mesmo dia em que o governo mudou a meta fiscal, aumentou o custo do Copom não desacelerar os juros e fez o corte de 25 pontos-base ser o cenário mais provável.

Uma vez que o comitê opte por um ritmo mais lento, os economistas do banco acreditam que ele manterá esse ritmo em todas as reuniões em 2024.

O UBS avalia que a maioria dos analistas e economistas no Brasil agora acredita que a taxa terminal seja de 10% ou 9,75%, o que seria será equivalente a cortes nas taxas que terminam na reunião de 31 de julho ou de 18 de setembro. “Nós discordamos. Acreditamos que o comitê continuará cortando até o final do ano e esperamos que a Selic termine 2024 em 9,25%. A nossa projeção baseia-se na nossa previsão de inflação abaixo do consenso, e a nossa fundamentação está em porque temos uma inflação mais baixa do que o consenso. A equipe de economia dos EUA do UBS acredita que a Fed reduzirá as taxas em 25 pontos base em setembro e dezembro de 2024. A ausência desses cortes poderá alterar o nosso cenário para menos cortes. Para 2025, acreditamos que o ciclo de flexibilização persistirá, pois a inflação garante mais cortes nas taxas, com a taxa caindo para 8% no final do próximo ano”, avalia o banco.

Para o comunicado da próxima reunião do Copom, o UBS não espera mais forward guidance, embora acredite que comunicará que permanece em processo de corte de taxas. “Além disso, acreditamos que a decisão provavelmente não será unânime, com alguns membros preferindo um corte de 50 pontos-base”, aponta.

(com Reuters)

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