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O momento da inovação em SC

Por Iomani Engelmann, empresário e presidente da ACATE na gestão 2020 a 2024.

Quando assumi a presidência da ACATE quatro anos atrás, um dos nossos maiores objetivos era integrar a entidade com todo o ecossistema de inovação em Santa Catarina. Era 2020, a pandemia estava no início, e sem dúvidas o mundo mudou muito de lá para cá, com efeitos que balançaram e impulsionaram ainda mais a tecnologia. Mesmo em reuniões remotas e com dificuldades de contato presencial, fizemos o máximo para aproximar a ACATE de cada região catarinense, de cada empresa pequena, média ou grande, e hoje podemos olhar para trás e dizer que iniciamos um grande caminho.

Nestes quatro anos como presidente, tive como objetivo levar a mensagem do “give back” para todo o setor, usando a tecnologia como instrumento de equidade social e geração de emprego e renda, que é algo que o setor pode proporcionar de mais nobre para todo o Brasil. Foi um período de grande expansão e visibilidade para a ACATE, conciliando projetos novos e outros que vieram das gestões anteriores. Essa expansão veio muito com o fortalecimento de polos regionais, que acelerou o processo de estadualização da entidade. Atualmente, dos mais de 1715 associados ACATE, onde 43% são de fora da Grande Florianópolis, e isso é uma enorme conquista, pois temos um estado focado em inovação.

Com mais visibilidade, foi possível também alcançar um espaço inédito e muito importante junto ao Governo do Estado de Santa Catarina, com a criação da Secretaria de Tecnologia e Inovação. Pela primeira vez na história temos uma secretaria dedicada a esse tema e, com isso, ganhamos uma proximidade com o governo estadual para sanar nossas dificuldades de profissionais qualificados, acesso a crédito, e modernizar incentivos fiscais para nossas indústrias usando a tecnologia como alavanca de inovação. Ampliamos ações internacionais, criamos uma estrutura no Canadá e temos pela frente o projeto de potencializar ainda mais as empresas catarinenses para fora do Brasil.

Internacionalizar a ACATE e, consequentemente, o setor de tecnologia catarinense, aliás, foi uma das marcas dos últimos anos. Com a chegada ao Canadá, estamos proporcionando missões de empresários de Santa Catarina para o país e, também, comitivas canadenses para o nosso estado. Indo ainda mais longe, em 2023 chegamos à Europa com a formalização de parceria com um hub de inovação em Colônia, na Alemanha, fornecendo aos nossos associados a chance de utilizar a estrutura moderna de um polo tecnológico europeu. Essas conquistas foram possíveis graças à criação, em 2022, da pasta de Internacionalização dentro da ACATE, que em pouco tempo já trouxe conexões com 10 países e possibilitou quase uma dezena de missões internacionais que mostram ao mundo o sucesso do polo de inovação catarinense.

Localmente, conseguimos expandir a incubadora MIDITEC, que conheci há 20 anos, quando incubei a minha empresa. Em parceria com o SEBRAE, atualmente a metodologia MIDITEC foi implantada em outras 12 incubadoras do Estado.  Os números impressionam, com mais de 100 startups integrando a rede atualmente e mais de 300 apoiadas até hoje. Somente entre 2021 e 2023, mais de R$ 20 milhões foram captados pelas empresas incubadas. 

Ampliamos também o acesso ao fundo garantidor, um instrumento de garantia de crédito lançado na pandemia pela entidade e que, até hoje, já concedeu garantias para mais de 90 empresas associadas e com isso facilitou o acesso a mais de R$14 milhões em crédito. Temos também programas como o BRDE Labs, que apoia centenas de novas empresas, e o Jornada Startups, em parceria com o Sebrae Startups, que capacita negócios em desenvolvimento e fortalece ainda mais o ecossistema catarinense. Com tudo isso, estamos democratizando o acesso à incubação, ampliando os programas de desenvolvimento em nosso portfólio e levando mais oportunidades para todas as regiões do estado, fortalecendo a ideia de que toda pessoa pode empreender de maneira igual em Santa Catarina.

São conquistas que ajudam a alavancar o setor, mas ainda existem grandes desafios pela frente. Há uma dificuldade em gerar estrutura de crédito para as nossas empresas, algo que o Brasil inteiro enfrenta hoje com uma escassez de investimentos, especialmente para empresas iniciais. No entanto, o principal desafio segue sendo a busca por talentos. Um estudo feito no ano passado pela própria ACATE em parceria com o Instituto Mapa projetou a criação de 34 mil novos postos de trabalho na tecnologia em Santa Catarina até 2025. Alguns movimentos do setor arrefeceram o problema, mas olhando para o médio prazo acredito, inclusive, que a necessidade de profissionais qualificados para a tecnologia vai aumentar. 

A ACATE é um exemplo de governança e o nosso rito de sucessão é extremamente importante. Cada gestão tem seu estilo, sua autonomia, mas sem nunca esquecer dos valores de uma associação que trabalha em prol do coletivo. Agora é hora de renovação, com novos líderes, e eu irei passar para outro papel, o de ajudar a nova gestão com orientação em busca da continuidade dos trabalhos. A diretoria que vai assumir terá um olhar especial para os relacionamentos, pois hoje a ACATE não fala apenas com Santa Catarina, mas também com órgãos federais. As demandas cresceram, a equipe deve crescer e existem grandes objetivos pela frente para que tenhamos cada vez mais um estado de fato empreendedor e inovador, agradecendo o que Santa Catarina nos dá e retribuindo com muito trabalho.

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