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Em Arroio do Meio (RS), água baixa e revela cenário de destruição

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Nesta quinta-feira (9), famílias que estavam separadas puderam se reencontrar. Em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, a água baixou e revelou muita destruição.
Quando sobra tão pouco para salvar dos escombros, um pequeno achado vira tesouro.
“Lavando as coisas aqui fora, olha aí, você já viu coisa assim? Minhas coisas que eu tinha em cima da estante, a estante foi. Isso aqui se eu vou ter uma estante um dia eu vou botar em cima, né”, diz a aposentada Dorilda Cornelius.
Para quem não tem nem o que limpar, sobrou uma dose de desespero. A loja vai botando para fora o que não vai poder mais vender. As pessoas procuram na lama algo que ainda possam usar. “Pote, xícaras, coisinhas que faltam para dentro de casa”, diz uma mulher com sacolas na mão. “Que a senhora, eu imagino, tinha antes?”, questiona o repórter. “Exatamente, não tem mais”, responde ela.
Arroio do Meio está destruído. Claro, diversos outros municípios estão. Mas ali tudo parece mais gigantesco. Agora que a água baixou, às vezes fica difícil ter uma dimensão exata do que aconteceu, às vezes fica difícil até acreditar.
Ao fundo, dá para ver alguns telhados de umas casas e um poste. Se reparar, a ponta do poste está quebrada. Possivelmente, foi quebrada por algum entulho que a água arrastou. Então é isso mesmo: ali a água passou acima da ponta de um poste.
Em Arroio do Meio, a água passou acima da ponta de um poste.
Jornal Nacional/Reprodução
Como entender como essas centenas de árvores viraram uma muralha dividindo a rua? Gigantesco também é o trabalho que mãe e duas filhas tentam vencer faz três dias.
Repórter: “E aqui a água foi no teto, né?”
Isolde Gerhart, empresária: “Sim, além desse teto, no outro teto ela foi… E aqui é a cozinha.”
Repórter: “Também perdeu tudo aqui.”
Isolde: “Tudo, tudo, tudo”
Repórter: “O móvel do banheiro está em cima do box.”
“A gente não tem força, tenta erguer um móvel desse, nós tudo aqui, para ver se vamos conseguir? É difícil, gente. Trabalhar uma vida inteira, poupar, poupar”, acrescenta Isolde, emocionada.
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Muito da recuperação de Arroio do Meio vai depender da melhoria do acesso. Eram duas pontes ligando a cidade a Lajeado. As duas caíram. E só agora os barcos vão cruzando o rio que deixou separadas famílias por tempo demais.
Repórter: “Estava querendo vir para cá?”
Menina: “Sim.”
Repórter: “Por quê?”
Menina: “Porque minha mãe e meu pai estão aí.”
Repórter: “Estão aqui?”
Menina: “Sim.”
Repórter: “E quanto tempo você não vê eles?”
Menina: “Faz um tempo, desde a enchente.”
Quem segura a mão dela é o tio, que venceu o medo que a família tinha da travessia.
“Eles perderam tudo ali. Eles não tinham muita coragem de atravessar”, diz o tio.
Na mala da aposentada Delci Maciel não tem muita coisa além da vontade de rever o filho.
Repórter: “Primeira coisa que quer fazer?”
Delci: “É dar um abração nele. Nós estávamos sem água, sem luz e sem internet.”
Repórter: “E aí sabia como ele estava?
Delci: “Não.”
E quem antes da tragédia já estava longe? E lutando?
“A Maria estava internada, teve meningite viral e teve várias complicações, então ela já venceu a guerra dentro do hospital e agora nós estamos indo com ela para casa. Nunca imaginávamos que seria assim nossa travessia, mas poder levar ela bem para casa nos emociona muito, não é, meu amor?”, diz a enfermeira Simone Frohlich.
A Maria voltou para casa. E quem duvida que a força para reconstruir uma cidade não veio junto nesse sorriso?
“Vamos para casa, viva. Vamos”, celebra Simone com Maria no colo.
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