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Mercados começam a limitar a venda de arroz

Mercados de algumas regiões do Brasil estão impondo limites à compra de arroz pelos clientes com receio de esgotar o estoque e não atender a todos. Executivos afirmam que isso ocorre com estabelecimentos menores que não dispõem de larga escala de abastecimento.
A preocupação se deve à perda de lavouras inteiras com as enchentes no Rio Grande do Sul, o maior produtor do país.
Inclusive, o que muitos temiam começa a acontecer. O Brasil terá que importar arroz por causa da baixa em nosso mercado interno.
A indústria brasileira informou que deve comprar arroz da Tailândia, um dos maiores produtores de arroz no mundo e o segundo maior exportador (depois da Índia).
A Associação Brasileira da Indústria do Arroz anunciou que está negociando o envio de dois ou três navios transportando 75 mil toneladas do produto tailandês para o Brasil.
O sinal de alerta já vinha sendo dado nos últimos meses. Em 12 meses, até março de 2024, o preço do arroz subiu 28,39%, de acordo com o índice IBGE/IPCA. E o consumidor sentiu o peso no bolso.
As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo de meses e afetaram as lavouras tiveram impacto na elevação dos preços. Mas não foram o único motivo.
Um dos principais motivos para o alto custo do cereal é a redução das áreas de plantio. Muitos produtores no Rio Grande do Sul estão freando o cultivo de arroz para dar lugar ao milho ou soja.
Eles argumentam que o milho e a soja alcançam preços mais altos na safra e favorecem os produtores que precisam arcam com altos custos na agricultura. Assim, os produtores acabam migrando para esses cereais, deixando o arroz em segundo plano.
Além do sul do Brasil, essa redução de áreas destinadas ao cultivo do arroz também tem acontecido no Centro-Oeste, onde há vastas plantações em Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a área ocupada por plantações de arroz chegava a 3,9 milhões de hectares em 2004.
Em 2010, eram menos de 3 milhões. Em 2018, estava na faixa de 2 milhões. E em 2024, 1,5 milhão de hectares. E o resultado é uma baixa na colheita.
O arroz é uma das três culturas mais produzidas no Brasil, atrás justamente da soja e do milho.
Nessa temporada, a expectativa é de produção de 11 milhões de toneladas, que é o limite para atender aos brasileiros.
Ou seja, como o arroz é um alimento extremamente popular, presente na maioria das casas de brasileiros, a queda na produção compromete a oferta na dimensão necessária.
Em Mato Grosso do Sul, para incentivar os agricultores a manter o arroz , a Agência de Desenvolvimento Agrário do estado oferece auxílio técnico gratuito.
Há escritórios fixos em 79 municípios do estado para que o produtor comece ou dê continuidade à produção de arroz, recebendo treinamento sem qualquer custo.
Economistas já haviam demonstrado preocupação de que o Brasil precisasse importar arroz para dar conta da demanda nos mercados. E isso encareceria ainda mais o produto.
Com a imortação, o Brasil fica a mercê de países que cultivam o arroz em larga escala. No mundo, os maiores produtores estão na Ásia, continente onde o consumo do grão faz parte da cultura gastronômica há milênios.
A China é o maior produtor mundial de arroz com cerca de 150 milhões de toneladas/ano.
A Índia vem em segundo lugar na escala de produção e já se tornou o maior exportador de arroz do mundo. Em 2023, vendeu 22 milhões de toneladas para outros países, o que representa 40% do total mundial.
No Japão, o arroz é cultivado há pelo menos 7 mil anos e o grão faz parte, inclusive, de crenças regionais, como, por exemplo, a de dar alguns grãos de arroz (já mastigados) ao recém-nascido, num ritual de celebração pela chegada de uma nova vida.
No Vietnã, o cereal está tão integrado à espiritualidade dos camponeses que muitos enterros são feitos em arrozais, com uma celebração especial que inclui cantos e danças.
Historiadores relatam que o arroz também já era plantado e consumido regularmente na África Ocidental 3 mil anos antes de Cristo.
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