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Saiba identificar sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes

O Dia Nacional de Combate a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil ocorreu nesse sábado (18/5). A data serve como um lembrete crucial da realidade enfrentada por inúmeras crianças e adolescentes em todo o país que são vítimas de abusos. Muitas vezes, os casos ocorrem no próprio círculo de confiança. 

A data foi instituída pela Lei Federal n° 9.970, em 17 de maio de 2000, em memória ao caso da menina Araceli Crespo, aos 8 anos, que foi sequestrada, violentada e assassinada em Vitória, no Espírito Santo.

Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Brasil tem mais de quatro registros policiais de menores de 13 anos de idade estuprados por hora. Ainda de acordo com as estatísticas, a maioria das vítimas são meninas, de cada dez casos de estupro no país, sete foram cometidos contra meninas também de 13 anos. 


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Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta — organização sem fins lucrativos que trabalha com o enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes — relata sobre a importância de debater sobre o assunto. “A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema que está presente em toda a sociedade brasileira, independentemente da situação econômica ou de onde se mora, seja na cidade, na praia ou no interior. Nós precisamos falar do combate a essa epidemia silenciosa no Brasil”, aponta. 

Dados de 2023 do Disque 100 apontaram que mais de 17 mil violações sexuais contra crianças e adolescentes foram registradas de janeiro a abril de 2023. Sendo que 14 mil violações aconteceram na casa da vítima, do suspeito ou até de familiares. 

Ainda de acordo com o FBSP, a residência continua sendo o local mais perigoso, em que 72,2% dos casos ocorrem. Em 71,5% das vezes, o estupro é cometido por um familiar. 

A violência sexual contra jovens ainda permanece uma epidemia silenciosa, frequentemente oculta pelas sombras do medo, vergonha e desinformação. “Precisamos ensinar nossas crianças a não guardar segredo, a não deixar ninguém tocar no corpo delas sem consentimento e também sobre a importância de ter um adulto de confiança para recorrer sempre que for preciso. Só com muita informação e educação vamos começar a mudar esse cenário em todo o país”, completa a presidente Luciana Temer. 

Monaliza Gabriela, psicóloga infantil, especialista em ABA, explica sobre a importância do diálogo. “Quando falamos sobre crianças e adolescentes, sobre ensinar algo a elas e conscientizá-las, devemos ter em mente que o brincar é importante e as brincadeiras podem assumir diversas funções. Falar de maneira clara, sem julgamentos, trazendo conhecimento sobre o próprio corpo, sobre os limites e também os limites de outros, que pode gerar conversas necessárias, tanto sobre a prevenção de abusos, quanto possíveis abusos que possam estar passando ou já tenham passado”, explica. 

Usar brincadeiras e dinâmicas são maneiras de ensinar sobre as partes do corpo que podem ou não ser tocadas. “Através do brincar, conseguimos ter acesso ao mundo daquela criança. Hoje, uma das metáforas mais usadas quando se trata deste tema, é a do semáforo . Assim como o semáforo, há sinalizações que devem ser respeitadas no seu corpo. A criança consegue visualizar a sinalização do seu próprio corpo, o sinal verde: no ombro, nas costas, nos pés. Sinal amarelo: nas mãos, na barriga, nas coxas. Sinal vermelho: as partes que compõe suas partes íntimas. Nessa processo de ensino, sempre é importante ressaltar para a criança que seu corpo não deve ser tocado sem sua permissão e que se o toque ocorrer por motivos de higiene ou por causa de alguma medicação, esse deve ser rápido e não deve deixá-la desconfortável”, ressalta Monaliza.

Vale ressaltar que além dos cuidados, as mudanças no comportamento da criança devem ser notadas rapidamente, já que podem estar indicando um possível abuso. “É importante salientar a necessidade de estar atento ao comportamento da criança que possa estar em situação de risco (agressividade , choro, ansiedade, medo, xixi na cama, pesadelos recorrentes, podem ser alguns desses comportamentos) e sempre estar aberto a ouvir o que a criança tem a dizer, com a escuta, o acolhimento e o não julgamento”, conclui a psicóloga Monaliza.

Campanha

A campanha 18M é uma realização do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e em conjunto com a Rede Ecpat Brasil, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

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